Mercado recebe bem declarações de Levy e dólar cai mais de 1%, a R$2,63
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento ante o real nesta terça-feira, com investidores recebendo bem as declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçando a perspectiva de maior austeridade na política fiscal neste ano.
A moeda norte-americana caiu 1,17 por cento, a 2,6369 reais na venda, após chegar a 2,6278 reais na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,7 bilhão de dólares.
"Aparentemente, o governo está mirando em um 'upgrade' do rating (do país). Isso é favorável para o real, porque atrai mais capital para o mercado", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Levy afirmou que trazer a dívida pública para a faixa de 50 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) seria um objetivo positivo no longo prazo e que o Brasil tem condições de melhorar sua classificação de risco.
As declarações da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, que vem prometendo uma política fiscal mais austera, têm agradado os investidores. Mas o mercado ainda mostrava dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir as metas de superávit primário, consideradas difíceis.
Para este ano, o objetivo equivale a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e, para os dois anos seguintes, a 2 por cento.
"A cada declaração mais ortodoxa que o Levy dá, parece que o mercado caminha mais na direção de acreditar que a economia pode melhorar nos próximos anos", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
No mercado externo, a expectativa de estímulos do Banco Central Europeu manteve o dólar em alta em relação ao euro.
Pela manhã, o Banco Central manteve suas intervenções diárias e vendeu a oferta de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 500 contratos para 1º de setembro e 1,5 mil para 1º de dezembro, com volume correspondente a 98,2 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a 10,405 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 38 por cento do lote total.