Entidades alertam para risco de desabastecimento de diesel no Brasil; Petrobras em alerta

Publicado em 27/05/2022 17:06 e atualizado em 28/05/2022 21:44
Companhia enviou no início da semana ofício ao Ministério de Minas e Energia (MME) reforçando o risco de desabastecimento

Entidades ligadas ao setor petrolífero do Brasil, de importadores a caminhoneiros, têm alertado para o risco de desabastecimento de diesel no país. O cenário acompanharia os baixos estoques mundiais.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por exemplo, emitiu nota na última terça-feira (24) temendo desabastecimento no mercado interno já a partir do segundo semestre deste ano.

"Apesar de ser autossuficiente na produção de petróleo, o Brasil importa atualmente cerca de 25% de suas necessidades de diesel no mercado interno, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), devido à baixa utilização das refinarias brasileiras e a não conclusão de obras importantes no setor", disse a FUP.

Na visão da entidade, a demanda brasileira pelo produto tende a aumentar a partir de junho/julho próximo com o aumento da safra agrícola, a maior circulação de caminhões e a esperada retomada do consumo no período pós-pandemia.

Em entrevista para a Agência Estado, a Abicom também disse que o Brasil não deve passar ileso com a escassez global do produto.

"Exigimos transparência com relação ao estoque de diesel para o mercado interno", pediu em nota a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Nesta sexta-feira (27), o diesel, combustível de origem fóssil, que acompanha as oscilações do petróleo, tinha uma defasagem de 4% no mercado interno em relação ao mercado internacional. Ou seja, a Petrobras precisaria reajustar os preços em quase R$ 0,20 por litro para acompanhar o exterior.

Na última semana, a ANP levantou que o preço médio do diesel ficou em R$ 6,943/l, ante R$ 6,847 na anterior.

Antes do feriado prolongado de Memorial Day, nos Estados Unidos, início da temporada de pico de demanda no país norte-americano, o mercado do petróleo subia e, tanto o WTI quanto o Brent, estavam acima dos US$ 115 o barril. Além disso, há o monitoramento sobre a imposição de uma proibição total ao petróleo bruto russo, o que reduziria a oferta global.

“A demanda é forte com produtos que lideram o caminho, especialmente a gasolina, que arrastou o petróleo bruto com ela”, disse à Reuters John Kilduff, sócio da Again Capital LLC.

PETROBRAS EM ALERTA

O temor, apesar de não ser iminente, já colocou a Petrobras em alerta. De acordo com a Agência Estado, com base no relato de fontes ligadas ao assunto, um ofício da companhia foi enviado no início para o Ministério de Minas e Energia (MME) com foco na situação.

O objetivo do documento seria para evitar que uma escassez de combustível prejudique a companhia, que tem alertado constantemente o governo sobre o cenário.

Com informações da Agência Estado

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Petróleo fecha estável enquanto mercados avaliam expectativas de corte da taxa do Fed
Após três meses de estabilidade, gasolina apresenta alta influenciada pelo aumento do dólar, aponta Edenred Ticket Log
Exportações de petróleo da Arábia Saudita atingem alta de quatro meses em outubro
Petróleo cai 1% para mínima de uma semana com dados econômicos fracos da China e da Alemanha
Australiana Karoon Energy reduz perspectiva de produção de petróleo em projeto no Brasil
Petróleo cai com gastos chineses fracos e antes de decisão do Fed sobre taxa de juros dos EUA
undefined