Importações de milho da China devem atingir 15 mi de t em 2014/15

Publicado em 27/07/2010 11:57 e atualizado em 27/07/2010 15:08
INTERNACIONAL - As importações de milho da China irão disparar de 1,7 milhões de toneladas este ano para 5,8 milhões de toneladas no próximo ano, e alcançar ainda 15 milhões de toneladas na temporada 2014/15, informou um relatório do Conselho de Grãos dos Estados Unidos.

Especialistas de indústrias afirmaram que o país pode, muito em breve, se tornar um importador líquido, já que a produção interna está longe de atender e superar a demanda.

"O valor estimado, se confirmado, será o maior em 10 anos", disse Yang Xiaoyun, analista da  CIFCO Xangai (China International Futures Co Ltd).

O Conselho de Grãos dos EUA disse que, em maio, a China procurou por embarques norte-americanos de milho que totalizavam cerca de 1  milhão de toneladas. Essa foi a maior compra em 14 anos. Analistas dizem ainda que mais compras também são prováveis.

A China se manteve como exportador líquido de milho até 2009, quando a produção interna caiu de 160 milhões de toneladas em 2008 para 20 milhões de toneladas em 2009 como resultado de uma severa seca que assolou o país.  

Essa expressiva redução da safra promoveu uma alta muito grande nos preços do cereal no mercado externo, o que também motivou as importações. Só este ano, as cotações já acumulam uma alta de 8,8%.

“Os altos preços na China também são um fator determinante por trás das importações crescentes, já que os compradores podem conseguir mais lucro com as compras além-mar”, diss Ma Wenfeng, analista da consultoria Beijing Orient Agribusiness Consultant Ltd.

A demanda por milho, particularmente por parte da pecuária e das indústrias processadoras, também tem crescido rapidamente.

“Em cinco anos a China pode ser tornar um importador líquido caso a demanda continue crescendo em níveis tão rápidos como os já vistos”, diz Ge Huanna, ananlista da Wanda Futures Ltd Co.

O consumo de milho pela indústria pecuária apresenta uma recuperação depois da queda gerada pela crise econômica mundial de 2008. Nesse período, os preços da carne suína também reagiram, apresentando altas de 6,8%.  Esse aumento nos preços da carne resultou no ingresso de mais produtores no setor de suínos, gerando mais demanda por milho, colaborando com as importações.

Mesmo que a demanda continue crescendo, a safra de milho dificilmente consiga manter o ritmo. A taxa de crescimento anual da produção chinesa do grão está de 2 a 3% aquém do crescimento de 10% da indústria de transformação.

Com informações do China Daily
Tradução: Carla Mendes

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Fonte: Redação NA

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