Produtores de milho reclamam do preço baixo
A grande responsável pelo resultado é a soja que cresce 18%. A produção de milho aumenta seis por cento. No caso do milho, a safra maior trouxe um problema: o preço baixo está tirando o sono do produtor.
Em Mato Grosso e no Paraná, estados que são responsáveis por 40% de toda a produção nacional de milho, o valor de mercado está muito abaixo do mínimo do governo.
Em Maringá, no Paraná, a saca foi vendida essa semana por treze reais e setenta centavos. O mínimo é dezessete reais e quarenta e seis centavos. Em Sinop, Mato Grosso, o preço da saca na semana ficou em oito reais. O mínimo para o estado é treze e noventa e oito.
Para equilibrar o mercado, o governo deveria colocar dinheiro na comercialização. É o que determina a política de garantia de preços mínimos. Isso poderia ser feito, por exemplo, com os leilões de escoamento. Desde março, os produtores vêm pressionando o governo para realizar esses leilões. O presidente da Abramilho quer urgência.
“Vai perder milho nas lavouras. É o que vai acontecer se não tomar uma providência rápida, vai perder milho depois de colhido nas roças, por que não tem onde colocar. Ainda mais agora se começar a colher a safrinha do Mato Grosso, vai ter muito produto excedente ao consumo no nosso país”, delcara João Carlos Werlang, presidente da Abramilho.
Este ano, o governo ainda não gastou nem dez por cento dos recursos do orçamento destinados aos leilões de escoamento da Conab. E em março, decidiu mudar as regras do jogo para dar mais transparência ao processo e facilitar o acesso de pequenos produtores aos leilões.
Para colocar essas mudanças em prática, é preciso a assinatura de uma portaria conjunta dos ministérios da Fazenda, Agricultura e Planejamento. O texto da portaria está pronto desde o dia dezesseis de abril, mas até o fim da semana, ainda não tinha sido assinada por todos os ministros.
O ministro da Agricultura Wagner Rossi informou que o governo planeja fazer leilões semanais de milho depois que a portaria for assinada.