Milho em MT: falta de chuvas deve comprometer produtividade do milho safrinha

Publicado em 28/04/2010 09:42 e atualizado em 28/04/2010 10:14
Produção estimada de 9 milhões de ton para a safra de inverno pode sofrer alterações no estawdo se a baixa umidade e os dias quentes persistirem.
A partir de agora, vai chover “menos” no Paraná e “muito pouco” em Mato Grosso. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que diz que o fenômeno El Niño começa a dar lugar à entrada do La Niña, com o resfriamento das águas do Oceano Pacífico – o que deve alterar o clima por mais de um ano na América do Sul.

 Por conta disso, os produtores do Centro-Oeste, mais especificamente de Mato Grosso - podem enfrentar em breve, por exemplo, períodos de 20 dias secos. A safrinha é mais importante para o número final da produção de grãos em Mato Grosso do que no Paraná. Se as previsões se confirmarem, o estado que aposta no cereal como a mais importante cultura de inverno pode ter que revisar para baixo suas contas em relação à colheita, estimada hoje em 9 milhões de toneladas – 33% mais que os agricultores paranaenses produzem no verão, época mais favorável à cultura

 O estado de alerta é inevitável também porque os registros pluviométricos em algumas regiões do estado são medíocres.  As informações são de que em algumas regiões já não chove, acima dos 10 mm, a mais de 25 dias. Desse modo, a umidade do solo atinge patamares preocupantes (abaixo dos 40 mm). Essa situação põe em risco a produção de milho safrinha, uma vez que 35% das lavouras se encontram na fase de florescimento e 22% em enchimento de grãos.

 Essas fases são extremamente suscetíveis ao déficit hídrico. Portanto, uma seca dessas já ocasiona perdas irreparáveis à produtividade, sendo relatadas quebras em torno dos 20%, até agora. E além do tempo seco outro fato que chama a atenção são as altas temperaturas observadas nos últimos dias, em torno dos 30 graus centígrados de máxima e 20 a 21 graus centígrados durante a noite.

E essas temperaturas elevam as taxas de evapotranspiração, reduzindo rapidamente a umidade do solo. Para piorar ainda mais, não há previsão de chuvas que possam reverter esse quadro nos próximos 15 dias. Desse modo, as quebras serão inevitáveis, e a produção estimada terá que ser revisada para baixo.

Paraná
No Paraná, apenas a região do extremo norte é que apresenta baixos teores de umidade do solo, enquanto que, no restante do estado os índices permanecem acima dos 80%, dando condições ideais ao desenvolvimento das lavouras de milho safrinha. Contudo, as tempestades ocorridas nos últimos 4 dias vieram acompanhadas de fortes rajadas de vento, o que ocasionou o acamamento de diversas lavouras, como em Marechal Candido Rondon, onde os ventos atingiram os 134 km/h, arrasando não só as plantações como casas e demais edificações. E como grande parte dessas lavouras estava em fase de pré-florescimento será difícil que elas se recuperem. Mas são fatos isolados e que não devem comprometer a produção estadual.

Para os próximos 10 dias, o tempo deverá permanecer aberto com possíveis pancadas de chuva em pontos isolados, mas essas chuvas não deverão trazer
transtornos aos produtores.

São Paulo
Em São Paulo a situação é bem semelhante ao Paraná, pois os solos continuam apresentando boa reserva hídrica, o que mantém as condições bem favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, uma vez que 12% das lavouras estão na fase de florescimento e 8% em enchimento de grãos. Até o momento, não estão sendo observadas anomalias que possam comprometer a boa produtividade das plantações. Como os próximos cinco dias ainda há previsão de chuvas para a região sul do estado, maior região produtora, as condições se manterão inalteradas durante esse período. As informações partem do Boletim Somar de Meteorologia.

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Fonte: Expresso MT

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