Plantio da safrinha de milho inicia com custo operacional maior que preço de venda

Publicado em 09/02/2010 12:22

Os preços do milho nas principais regiões produtoras do Brasil chegaram aos menores níveis desde julho de 2007 – em termos nominais. Isso significa aos produtores perda dos ganhos obtidos com a alavancagem das exportações desde o segundo semestre de 2007. Como apontam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o avanço da colheita e a necessidade de caixa de produtores têm sido os fatores de pressão no mercado interno, agravados pela decisão de compradores de realizar suas aquisições paulatinamente.

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Conforme ocorre a colheita da safra verão, avança também o plantio da safrinha de milho nas áreas liberadas pela soja. As preocupações sobre a rentabilidade desta próxima safra, no entanto, continuam acentuadas, atrasando significativamente, inclusive, a compra de insumos, informa o Cepea. No Centro-Oeste, por exemplo, as compras, que normalmente ocorrem nos meses de setembro e outubro, foram postergadas para janeiro e parte ainda continua sendo adquirida neste início de fevereiro.

 

O fato, explicam pesquisadores do Cepea, é que os atuais preços de venda ficam abaixo do custo de produção em praticamente todas as regiões brasileiras. Para Mato Grosso, cálculos do Cepea apontam que, para uma produtividade média de 90 sacas por hectare, o custo operacional em janeiro – considerando a compra de todos os insumos neste mês – ficou próximo de R$ 10,50/sc na média das regiões do estado. Porém, em Sorriso, por exemplo, o preço médio de venda da saca de milho está pouco acima de R$ 7,00.

 

No Paraná, cálculos do Cepea apontam para custos operacionais próximos de R$ 19,00/sc na região de Cascavel, para uma produtividade de 61 sacas por hectare. Nesta semana, o preço médio de venda ficou em R$ 14,31/sc.

 

Para aqueles que plantarão milho, fica a expectativa de que o clima favoreça uma boa produtividade, de que as aquisições de insumos sejam feitas de forma adequada e de que a demanda aumente. Esses fatores poderiam contribuir para melhorar a rentabilidade da cultura, avaliam os pesquisadores.

 

Outro destaque nos negócios tem sido o aumento do prazo de pagamento. Em alguns casos, produtores chegam a negociar com mais de 70 dias para recebimento, na tentativa de atrair compradores. Vale lembrar que, como o Indicador ESALQ/BM&FBovespa é para pagamento à vista, o maior prazo de pagamento também é um fator que favorece a redução das médias diárias. Em janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) recuou 5,15% e, na parcial de fevereiro, já acumula 2,55% também de queda, fechando a R$ 18,62/saca de 60 kg nessa segunda-feira, 8.

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Fonte: Cepea/Esalq

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