Famasul indica que mais de 40% do milho do MS não está em boas condições e alerta para seca, granizo e geada

Publicado em 15/05/2024 10:38
Entidade faz alerta para clima adverso para as lavouras entre julho, agosto e setembro

A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) divulgou seu Boletim Semanal da Casa Rural, indicando novos reportes sobre as lavouras do estado.                     

De acordo com o levantamento, o plantio das lavouras de milho no Mato Grosso do Sul foi oficialmente encerrado, com quatro semanas de atraso em comparação ao registrado na safra 2022/23. 

Olhando as condições das áreas do estado, os técnicos da Famasul classificaram 59,01% das lavouras como boas, 19,63% como regulares e 21,34% como ruins.   

Os destaques negativos são a região Sul-Fronteira, que tem 50% das lavouras consideradas ruins, Centro com 33,9% e Sul com 29,7%. No Norte 97,6% da área foi considerada em boas condições e no Nordeste 93,8%.   

“Na segunda safra de milho de 2023/24, já observamos perdas significativas no potencial produtivo devido ao estresse hídrico. Essa situação adversa afetou uma área total de 474 mil hectares em várias regiões do estado, incluindo o sul, sudoeste, centro, oeste, nordeste, sul-fronteira e sudeste. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e maio (10 a 20 dias sem chuva)”, apontam os técnicos da Famasul. 

As estimativas da Famasul apontam para um plantio total de 2,218 milhões de hectares, 5,82% menos do que no ano anterior e uma produtividade prevista de 86,3 sacas por hectare, o que ser uma redução de 14,25% ante à última média registrada. Sendo assim, o estado deverá colher 11,4 milhões de toneladas, índice 19,23% inferior à 2023.   

“No 2º trimestre (maio, junho e julho), espera-se que o fenômeno El Niño perca força gradualmente, dando lugar ao La Niña. Durante a transição entre esses fenômenos, há uma fase de neutralidade com 83% de probabilidade, caracterizada por temperaturas oceânicas dentro da normalidade. No entanto, nos meses de julho, agosto e setembro, a probabilidade de ocorrência do La Niña é superior a 49%. Isso pode impactar a cultura do milho devido a adversidades climáticas, como chuvas abaixo da média histórica, granizo, geadas e baixas temperaturas. Esses fatores afetam principalmente a região Centro-Oeste. No final de junho, quando a segunda safra de milho estará em estágio reprodutivo, a demanda hídrica será alta. Os danos foliares causados por granizo e geadas podem prejudicar o enchimento dos grãos, representando um desafio fitossanitário significativo”, destaca a Famasul. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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