Milho realiza lucros e volta a cair na B3 nesta 4ª feira; Chicago opera estável
Após consecutivas sessões de alta, os futuros do milho na B3 voltaram a ceder nesta quarta-feira (6). As baixas entre as posições mais negociadas variavam entre 0,2% e 0,6%, levando o maio a R$ 58,05 e o setembro a R$ 58,71 por saca. Além do movimento de correções após quatro pregões de avanço, o dólar em baixa frente ao real também pressiona as cotações.
O mercado mantém seu foco central sobre o desenvolvimento da segunda safra. O plantio caminha bem e os problemas são apenas pontuais, com algumas regiões do Paraná enfrentando a falta de chuvas. Ainda assim, a redução da área plantada com a safrinha ficou aquém do inicialmente esperado, segundo especialistas.
No final do dia desta terça-feira (5), a Pátria Agronegócios trouxe uma manutenção de suas estimativas para a produção de milho do país. A consultoria estimou a produção total de milho em 110,29 milhões de toneladas, o que - se confirmando - seria 16,4% a menos do que a última temporada. Para a primeira safra o número pe de 28,04 milhões; para a segunda de 79,97 - com uma redução de 21,9% na comparação anual - e 2,28 milhões na terceira.
A consultoria estima a área com uma redução de 6,2% em relação a do ano anterior, em 20,89 milhões de hectares, e uma queda de produtividade média de 10,9% para 88 sacas por hectare.
Enquanto isso, os negócios também são tímidos e avançam de forma um pouco mais lenta. As perdas recentes afastaram os vendedores da comercialização, do mesmo modo em que os compradores acreditam que novas desvalorizações possam ser registradas e por isso seguram suas aquisições.
"O mercado continua mostrando pouca movimentação de exportações e o que chega nos portos são contratos antigos, mas já perdendo o ritmo dos embarques porque a soja está ganhando fôlego, batendo recorde de embarques e assim tirando espaço do milho", afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "Desta forma, os consumidores internos seguem em posição confortável neste momento, porque estão sozinhos para o milho que sai dos campos, com a possibilidade de negócios em sua
maior parte via balcão e quase nada em lotes livres".
BOLSA DE CHICAGO
No mercado internacional, o mercado trabalha com estabilidade e aguarda pelos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na sexta-feira, dia 8 de março, em seu novo boletim mensal de oferta e demanda. As cotações, perto de 12h40 (horário de Brasília), subiam entre 0,25 e 0,50 ponto, com o maio sendo cotado a US$ 4,26 e o setembro a US$ 4,46 por bushel.
E como explicam os analistas do portal internacional Farm Futures, "o mercado, realmente, não tem muitos outras informações fundamentais nas próximas horas que pudessem justificar movimentos mais intensos dos preços".