Preço do milho na B3 derrete 13% ao longo de fevereiro

Publicado em 29/02/2024 17:16
Chicago também fecha mês negativo em até 7,37%

A quinta-feira (29) chega ao final com os preços futuros do milho operando no campo misto da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 56,30 e R$ 60,20 e acumularam desvalorização mensal de até 13,22%. 

O vencimento março/24 foi cotado à R$ 60,20 com estabilidade, o maio/24 valeu R$ 56,30 com queda de 0,93%, o julho/24 foi negociado por R$ 56,85 com perda de 0,79% e o setembro/24 teve valor de R$ 59,29 com alta de 0,85%. 

No acumulado mensal de fevereiro, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 7,50% para o março/24, de 13,22% para o maio/24, de 12,40% para o julho/24 e de 7,79% para o setembro, em comparação ao fechamento do dia 31 de janeiro. 

Na visão do Analista de Grãos e Oleaginosas da HedgePoint Global Markets, Pedro Schicchi, houve uma mudança no cenário da segunda safra brasileira que trouxe toda essa pressão nas cotações.  

O analista relata que havia indicações de uma grande redução na área plantada e um encurtamento de janela de semeadura após os atrasos da soja. Porém, com o encurtamento do ciclo da oleaginosa, o plantio avançou rapidamente e a área não está sendo tão reduzida.  

Daqui para frente, é o desenvolvimento dessa segunda safra que deve ditar os rumos dos preços. Schicchi destaca que algumas regiões já apresentam dificuldades para as lavouras e há previsões de clima ruins para o restante do ciclo em algumas localidades, mas o cenário nacional e global, segue sendo de pressão. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve mais quedas do que altas neste penúltimo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorização somente em Castro/PR, enquanto as desvalorizações apareceram nas praças de Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT e Luís Eduardo Magalhães/BA. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira 

Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma quinta-feira de poucas negociações. “O âmbito consumidor, que sinaliza tranquilidade em relação aos estoques, adota postura retraída nas aquisições. Com a continuidade de um impasse entre os agentes no que tange os preços, a comercialização evolui de forma lenta e travada”. 

Segundo a Safras Consultoria, os consumidores adotam uma postura retraída nas negociações, apostando que os preços podem continuar caindo no curto prazo. “Além disso, estão sinalizando tranquilidade em relação à posição em estoques. As quedas recentes do balcão em alguns estados e o recuo dos futuros na B3 são variáveis que pesam nas decisões”. 

Mercado Externo 

Os preços internacionais do milho futuro fecharam e pregão desta quinta-feira registrando movimentações levemente positivas, que foram insuficientes para reverter um fevereiro negativo para as cotações. 

O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,15 com valorização de 2,50 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,29 com alta de 1,00 ponto, o julho/24 foi negociado por US$ 4,41 com ganho de 1,00 ponto e o setembro/24 teve valor de US$ 4,50 com elevação de 0,25 pontos. 

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quarta-feira (28), de 0,48% para o março/24, de 0,23% para o maio/24 e de 0,23% para o julho/24, além de estabilidade para o setembro/24. 

Já no acumulado mensal de fevereiro, os contratos do cereal norte-americano registraram perdas de 7,37% para o março/24, de 6,33% para o maio/24, de 5,36% para o julho/24 e de 4,46% para o setembro, em comparação ao fechamento do dia 31 de janeiro. 

Pedro Schicchi destaca que o milho em Chicago vem com tendência de baixas desde outubro de 2023 e chegou a bater abaixo dos US$ 4,00 em momentos deste mês de fevereiro. 

Na visão do analista, o mercado deve começar a trabalhar em cima das intensões de plantio do produtor norte-americano para a nova safra 2024/25 e o novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que será divulgado ao final de março.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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