Preços futuros do milho abrem a semana caindo quase 2% na B3

Publicado em 29/01/2024 16:45
Brandalizze acredita em mais quedas antes de recuperação no 2ºsemestre

A segunda-feira (29) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando novas movimentações negativas para os preços futuros do milho. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 63,01 e R$ 64,17. 

O vencimento março/24 foi cotado à R$ 64,13 com desvalorização de 1,99%, o maio/24 valeu R$ 64,17 com baixa de 1,85%, o julho/24 foi negociado por R$ 64,00 com queda de 1,54% e o setembro/24 teve valor de R$ 63,01 com perda de 1,78%. 

O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, acredita que os contratos do milho que estão na faixa entre R$ 60,00 e R$ 65,00 na B3 pode cair mais e ficar mais próximos dos R$ 60,00 no curto prazo, mas tendem a voltar a subir na segunda metade do ano. 

“Em função da chegada da safra de verão agora e da queda do ritmo de exportações, a tendência é ele vir mais pra perto de R$ 60,00. Ele pode cair mais e depois melhorar nos longos, depois do meio em diante para setembro e outubro, para a exportação do segundo semestre”, aponta Brandalizze. 

Até a quarta semana de janeiro de 2024, o Brasil embarcou 4.593.021,0 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, de acordo com o reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representou 74,86% do total exportado em janeiro de 2023 (6.134.944,6 toneladas).                      

Com isso, a média diária de embarques nestes 19 primeiros dias úteis do mês ficou em 241.737,9 toneladas, representando baixa de 13,3% com relação a média diária de embarques de 278.861,1 toneladas registradas nos 22 dias úteis de janeiro passado.   

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também começou a semana de maneira negativa. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorização apenas em Castro/PR e Luís Eduardo Magalhães/BA. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Nonoaí/RS, Ubiratã/PR, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Itapetininga/SP e Campinas/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho seguem em queda no mercado doméstico neste primeiro mês do ano. Até o dia 25 de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas/SP) acumulava forte recuo de 10%.  

“Os valores chegaram a esboçar reação na última semana, influenciados por um pontual aquecimento na demanda, mas a retração compradora ainda predominou no balanço do período, mesmo diante da possibilidade de menor oferta em 2024. Vendedores, por sua vez, priorizam os trabalhos de campo”, relatam os pesquisadores do Cepea. 

Mercado Externo 

Os preços internacionais do milho futuro também finalizaram o pregão desta segunda-feira acumulando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT). 

O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,40 com desvalorização de 6,00 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,50 com perda de 5,25 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,59 com baixa de 4,25 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,65 com queda de 2,75 pontos. 

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (26), de 1,35% para o março/24, de 1,10% para o maio/24, de 0,86% para o julho/24 e de 0,64% para o setembro/24. 

“A soja e o milho estão sendo pressionados hoje pelo clima favorável às lavouras na América do Sul, com previsão de chuva para esta semana no Brasil e na Argentina”, disse Matt Ammermann, gerente de risco de commodities da StoneX, à Reuters esta manhã. 

O site internacional Successful Farming repercutiu o boletim informativo Grain Market Insider da Stewart-Peterson Inc. Para acrescentar o papel da econia chinesa nas quedas das commodities nesta segunda-feira. 

“O conglomerado imobiliário chinês Evergrande foi condenado a liquidar por um tribunal de Hong Kong, eles supostamente devem US$ 300 bilhões. Com a sua economia já em dificuldades, esta notícia pode pressionar ainda mais os mercados financeiros e de matérias-primas”, disse o boletim.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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