Milho salta 2% em Chicago após USDA reduzir produtividade, produção e estoques

Publicado em 12/09/2022 16:24
B3 também ganha força após novo relatório

A segunda-feira (12) começou com os preços internacionais do milho futuro recuando na Bolsa de Chicago (CBOT), mas este cenário se alterou após a divulgação dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o cereal encerrou o dia no campo positivo. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 7,12 com valorização de 13,75 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,96 com alta de 11,00 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,99 com elevação de 10,25 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,99 com ganho de 9,75 pontos. 

Esses índices representaram valorização, com relação ao fechamento da última sexta-feira (09), de 2,01% para o setembro/22, de 1,61% para o dezembro/22, de 1,45% para o março/23 e de 1,45% para o maio/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho, assim como os da soja, atingiram seu preço mais alto em mais de dois meses com uma perspectiva de produção reduzida do USDA. 

A produtividade do cereal nos Estados Unidos caiu de 175,4 bushels por acre (183,4 sacas por hectare) para 172,5 (180,4 sacas por hectare). Dessa forma, a produção no país recuou para 354,19 milhões de toneladas, ante 364,73 milhões de t da previsão de agosto. 

O rendimento médio pelos operadores de mercado era esperado em 180,34 sacas por hectare, dentro de um intervalo de 178,46 a 182,01 sacas. Tinha-se a expectativa de produção do cereal no mercado norte-americano entre 352,95 a 361,54 milhões de toneladas, com média esperada de 357,58 milhões de toneladas. 

Os estoques finais do cereal nos EUA também foram baixados de 35,27 milhões de toneladas na projeção do mês passado para 30,95 milhões de t agora. As expectativas variam de 24,89 a 33,02 milhões de toneladas, com média de 29,97 milhões. 

Mercado Interno 

Já a Bolsa Brasileira (B3) passou todo o pregão desta segunda-feira operando em campo misto para os preços futuros do milho, mas as movimentações das principais cotações ganharam amplitude com o passar do dia e encerram as atividades flutuando na faixa entre R$ 83,65 e R$ 96,00. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 83,65 com queda de 0,23%, o novembro/22 valeu R$ 89,63 com ganho de 1,11%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 93,20 com alta de 0,49% e o março/23 teve valor de R$ 96,00 com elevação de 0,42%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 passou a trabalhar positiva após a divulgação do relatório do USDA, apesar da força negativa do câmbio que pesou mais pela manhã. 

“O mercado segue comprador. O pessoal quer milho nos portos e talvez seja uma semana com negócios nos portos diante de condições melhores”, diz Brandalizze. 

O Brasil exportou 2.221.417,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até aqui no mês de setembro, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Sendo assim, o volume acumulado nos 6 primeiros dias úteis do mês já representa 77,93% do total de 2.850.171,7 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de setembro de 2021.       

“Temos um movimento interessante nas exportações de milho. Agosto fechou no maior nível para o mês da série histórica e setembro se iniciou também com bons volumes. É uma curva de exportação que promete ser bastante interessante com, até fevereiro de 2023, algo entre 41 e 42 milhões de toneladas, que seria o maior nível de exportação para um ano safra”, pontua Enílson Nogueira, analista da Céleres Consultoria.   

No mesmo período, o Brasil importou 122.427 toneladas de milho. Isso significa que, nos 6 primeiros dias úteis do mês, o país recebeu 30% do que o total registrado em setembro de 2021 (407.379,2 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 20.404,5 toneladas contra 19.399 do mesmo mês do ano passado, aumento de 5,2%.        

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Itapetininga/SP. Já as valorizações apareceram em Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS e Machado/MG. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com as exportações dando fluidez aos negócios, o milho fechou a sexta-feira comercializado na média de R$ 83,50/sc em Campinas/SP”. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “compradores brasileiros de milho, que, em meados de agosto, relatavam certa dificuldade em negociar, voltaram a se afastar do mercado spot nacional, cenário que enfraqueceu os preços do cereal ao longo da última semana”.  

Segundo pesquisadores do Cepea, esses demandantes estão atentos ao início da colheita nos Estados Unidos, a estimativas de safra brasileira volumosa e às recentes quedas nos preços do cereal nos portos brasileiros. Vendedores, apesar de não apresentarem necessidade de “fazer de caixa”, se mostram flexíveis, devido aos estoques elevados desta temporada 

 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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