Milho: B3 tem 5ª feira de baixas, mas preços no BR seguem em patamares elevados e remuneradores

Publicado em 17/03/2022 17:31

A quinta-feira (17) foi negativa para os futuros do milho negociados na Bolsa Brasileira - B3 - e se encerrou com perdas de 0,25 a 0,7% entre as posições mais negociadas. O contrato maio fechou o dia com R$ 102,99 por saca, enquanto o setembro foi a R$ 97,40. Apesar das altas de mais de 3%, novamente, sendo registradas para o cereal na Bolsa de Chicago, o dólar caindo mais de 1% frente ao real ajudou na pressão sobre as cotações. 

Além do peso do câmbio, o mercado futuro brasileiro de milho também cedeu frente ao bom avanço do plantio da segunda safra, embora toda a temporada ainda esteja em aberto e suscetível à condições de clima. Os mapas, porém, mostram condições bastante favoráveis para as lavouras nas próximas semanas, salvo a primeira onda de frio intenso que poderia chegar junto com o inverno. 

Os negócios, todavia, são tímidos e pontuais, como explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. "A indústria está recebendo milho da safra que está em colheita (da safra de verão) a nível de balcão", diz. Ainda assim, são preços importantes, não só no mercado interno, mas também nos portos brasileiros. 

Para os portos, as referências variaram entre R$ 111,00 em Rio Grande, R$ 110,00 Paranaguá, para os embarques mais curtos. Para julho, algo entre R$ 96,00 e R$ 97,00; para outubro R$ 98,00 a R$ 99,00 e para dezembro entre R$ 102,00 e R$ 103,00 por saca. "O mercado está com boas cotações, acima da marquinha esperada nos portos. As cotações estão muito boas para a safrinha e a safrinha está indo bem na maioria das regiões. Então é importante ter boas cotações nos portos para não haver uma queda muito brusca na hora da colheita", complementa o consultor. 

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago, a quinta-feira foi mais um dia de altas bastante fortes para as cotações do milho. Os futuros do cereal subiram entre 15,25 e 24,50 pontos nos principais contratos, levando o maio a ser cotado a US$ 7,54 e o julho a US$ 7,18 por bushel. O mercado acompanhou as altas fortes também do trigo - que subiu mais de 30 pontos - e do petróleo, que registra ganhos de quase 9% no WTI e no brent. 

Segundo analistas internacionais, as altas também foram reflexo de um movimento mais intenso de compras técnicas frente a uma preocupação do mercado com a oferta ajustada e uma demanda intensa pelo cereal, em especial nos EUA. Nesta quinta, uma nova venda de milho foi informada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), bem como o reporte semanal de vendas para exportação do órgão trouxe ainda dados acima das expectativas tanto para o volume da safra velha, quanto da safra nova. 

Tags:

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar dá sustentação e milho acumula alta semanal de 1,9% na B3 e saltando até 3,4% ao longo de agosto
Com finalização da colheita do milho, oportunidades de câmbio serão gatilhos para comercialização
Cotações do milho seguem em alta nesta 6ªfeira, com Bolsas estendendo ganhos de ontem
Radar Investimentos: Preços futuros do milho mais altos na Bolsa de Chicago
Plantio de milho argentino deve cair 17% em meio a temores com cigarrinha, diz bolsa
Exportações ajudam e milho fecha 5ªfeira valorizado em Chicago