Milho muda de lado na B3 ao longo do dia e segue dólar em baixa nesta 2ªfeira
A última semana do ano começou com movimentações altistas para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3), mas as principais cotações acabaram devolvendo ganhos ao final desta segunda-feira (27).
O vencimento janeiro/22 foi cotado à R$ 92,90 com perda de 0,40%, o março/22 valeu R$ 97,16 com queda de 0,38%, o maio/22 foi negociado por R$ 92,95 com baixa de 0,51% e o julho/22 teve valor de R$ 88,00 com alta de 0,57%.
De acordo com a análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registra preços firmes nesta segunda-feira. “As preocupações com o clima seco no Brasil e na Argentina garantem suporte aos preços no mercado doméstico e no cenário internacional. O ritmo de negócios no Brasil tende a ser muito limitado hoje e no decorrer da semana”.
O Brasil exportou 2.460.777 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) nos 22 primeiros dias úteis de dezembro, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Este volume total representa aumento de 609.793,1 com relação as 1.850.983,9 contabilizadas na primeira semana do mês. Sendo assim, o volume acumulado até aqui corresponde a 50,66% das 4.856.570,1 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de dezembro de 2020.
Ao mesmo tempo, o país importou um acumulado de 419.426,6 toneladas de milho. Isso significa que, ao longo dos 22 primeiros dias úteis do mês, o país já recebeu 70,19% a mais do que foi registrado em novembro de 2020 (246.434,8 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação ficou em 23.301,5 toneladas contra 11.201,6 do mesmo mês do ano passado, aumento de 108,02%.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais elevações do que quedas nesta segunda-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Amambai/MS. Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Rio do Sul/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Rio Verde/GO e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho atingiram patamares recordes no mercado brasileiro ao longo de 2021. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio dos baixos estoques da safra 2019/20 e, sobretudo, de preocupações com os efeitos do clima na semeadura e no desenvolvimento da safra 2020/21. Além disso, uma parte relevante da semeadura da segunda safra foi concluída fora da janela considerada ideal.
Esse contexto, indicam pesquisadores do Cepea, elevou a perspectiva de menor oferta no segundo semestre, sustentando o movimento de alta das cotações. No meio do ano, a proximidade da colheita pressionou os valores, que voltaram a subir já no início do segundo semestre, influenciados por geadas no Centro-Sul do País.
Atentos a esse cenário, vendedores se afastaram do spot nacional. Entre setembro e novembro, houve novas desvalorizações, devido à retração de compradores, ao avanço da colheita da segunda safra, à redução das exportações e à semeadura da temporada de verão 2021/22 em condições favoráveis. Mas em dezembro, os preços subiram novamente, favorecidos pela disponibilidade enxuta e pelo clima seco, que afastaram vendedores do spot.
No acumulado do ano (até o dia 22 de dezembro), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou fortes 12,8%, a R$ 88,69/sc no dia 22.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também finalizou o primeiro dia da semana acumulando flutuações positivas para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,14 com ganho de 9,00 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,16 com elevação de 9,50 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,15 com valorização de 9,75 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 5,78 com alta de 5,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (23), de 1,49% para o março/22, de 1,48% para o maio/22, de 1,49% para o julho/22 e de 1,05% para o setembro/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho de Chicago ampliaram os ganhos na segunda-feira para atingir altas de vários meses, já que o calor e a seca desfavoráveis na América do Sul alimentaram as preocupações com a oferta.
“O padrão climático na América do Sul é estático e esse sistema agora mostra que pode haver problemas para entrar na Argentina. A questão agora é se o padrão climático La Niña continuará estressando as safras”, disse Don Roose, presidente da US Commodities, sediada em Iowa.