Milho se valoriza 5% na semana e volta ao patamar dos R$ 93,00 na B3
A sexta-feira (03) chega ao final com os preços futuros do milho sustentados e somando novas valorizações na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações também acumularam flutuações positivas ao longo da semana.
O vencimento janeiro/22 foi cotado à R$ 93,35 com elevação de 1,78%, o março/22 valeu R$ 93,57 com valorização de 2,04%, o maio/22 foi negociado por R$ 88,68 com alta de 1,81% e o julho/22 teve valor de R$ 84,75 com ganho de 1,68%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam valorizações de 5,01% para o janeiro/22, de 5,13% para o março/22, de 3,84% para o maio/22 e de 3,22% para o julho/22 com relação ao fechamento da última sexta-feira (26).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho tenta se firmar em patamares de R$ 90,00 junto as indústrias de ração, mas o mercado segue mais vendedor do que comprador.
“A B3 basicamente refletiu o mercado internacional que melhorou e os níveis de exportação estão melhores. Essa posição de R$ 90,00 é o que se pode conseguir nos portos então o mercado está um pouco mais favorável no momento porque Chicago também está ajudando”, pontua Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou movimentações positivas neste último da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorizações em nenhuma das praças, mas percebeu valorizações em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Itapetininga/SP e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “o clima seco no Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores de milho da primeira safra, preocupa os mercados físico e futuro do grão, fazendo com que as cotações avancem”.
A SAFRAS & Mercado aponta que, o mercado brasileiro de milho teve um mês de novembro de melhor sustentação para os preços. “As cotações aos poucos foram interrompendo um processo de maior pressão de baixa e ganhando sustentação pela restrição na disponibilidade do milho. Em muitas regiões, gradualmente, os preços foram melhorando diante da oferta mais limitada. Ainda assim, no balanço mensal, houve praças que tiveram declínios nos valores”.
A consultoria ressalta ainda que, “a melhor movimentação nos portos, em muitos momentos, contribuiu para o suporte a avanços nas cotações, lembrando o mercado de que o país veio de uma safrinha extremamente prejudicada, em que um maior escoamento da oferta para o exterior vai levar o mercado a uma escassez interna do cereal. É importante destacar que no lado comprador há cautela e a sustentação dos preços está mais ligada à decisão de venda do produtor. Muitos compradores mostram-se bem abastecidos para o curto prazo e não trazem pressão de compra maior aos preços em grande parte das regiões de comercialização”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também contabilizou flutuações positivas para os preços internacionais do milho futuro nesta sexta-feira, mas acumularam movimentações negativas ao longo da semana.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,86 com valorização de 9,00 pontos, o março/22 valeu US$ 5,84 com alta de 7,25 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,86 com elevação de 7,00 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,85 com ganho de 6,50 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (02), de 1,56% para o dezembro/21, de 1,39% para o março/22, de 1,21% para o maio/22 e de 1,04% para o julho/22.
Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam recuos de 1,18% para o março/22, de 1,51% para o maio/22 e de 1,85% para o julho/22, além de estabilidade para o dezembro/21 com relação ao fechamento da última sexta-feira (26).
Segundo informações da Agência Reuters, o milho disparou nesta sexta-feira, com a força do óleo cru sustentando a cultura amplamente utilizada na produção de etanol, em uma semana que os preços despencaram com o temor dos investidores sobre o impacto econômico da variante Ômicron do COVID-19.
A Rex American Resources divulgou relatórios de aumento nas vendas no terceiro trimestre fiscal relatando aumento de 63% nas vendas no trimestre.
A Reuters também destacou a importância das condições de seca na Argentina e no Sul do Brasil para ajudar nestas valorizações do cereal norte-americano.