Milho recua na B3 nesta 4ªfeira e deve manter patamar no resto de 2021
A quarta-feira (03) chega ao fim com os preços futuros do milho acumulando recuos na Bolsa Brasileira (B3) e ficando na faixa entre R$ 85,00 e R$ 89,00.
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 89,00 com baixa de 1,33%, o janeiro/22 valeu R$ 89,19 com perda de 1,23%, o março/22 foi negociado por R$ 89,20 com queda de 1,15% e o maio/22 teve valor de R$ 85,00 com desvalorização de 1,64%.
Os preços do milho no Brasil apresentaram tendência de baixa recentemente com as cotações caindo para índices de R$ 87,00 e R$ 88,00 sentindo pressões tanto do lado da oferta quanto do lado da demanda.
Segundo o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, o consumidor de milho não conseguiu repassar os últimos aumentos de preços no restante da cadeia com rações e proteínas animais, o que reduziu a demanda. Além disso, a chegada de novos volumes de importação nos portos do Sul ajudaram a melhorar a oferta.
Nos últimos dias, as cotações retomaram a casa dos R$ 90,00 em função das desvalorizações do real ante ao dólar e agora devem operar neste patamar durante o resto de 2021 e o começo de 2022.
Conforme destaca Galvão, novas valorizações do cereal brasileiro só devem acontecer caso apareceram novas rodadas de desvalorização do real.
>> Altas para o milho nesse momento somente em caso de novas desvalorizações do real, aponta analista
Ao longo do mês de outubro o Brasil exportou 1.797.038,4 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Esse valor soma 390.564,5 toneladas as 1.400.473,9 acumuladas nas quatro primeiras semanas do mês. Apesar da elevação, o volume acumulado nestes 20 dias úteis do mês representa apenas de 35,9% das 5.003.812,9 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de outubro de 2020.
No mesmo período, o Brasil importou um acumulado de 503.000,1 toneladas de milho. Isso significa que, ao longo dos 20 dias úteis do mês, o país recebeu 163,6% a mais do que todo o registrado em outubro de 2020 (190.809,9 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação ficou em 25.150 toneladas contra 9.540,5 do mesmo mês do ano passado, aumento de 163,61%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou alguns recuos nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Londrina/PR e em Porto Paranaguá/PR. Já as desvalorizações apareceram em Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Jataí/GO, Brasília/DF e Amambai/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico segue lento, mas as condições de plantio no Brasil e de colheita nos EUA são umas das mais favoráveis dos últimos anos. A volatilidade do dólar chama atenção e hoje teremos pontos importantes como a votação dos precatórios, o que também pode mexer com o câmbio entre hoje e amanhã”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “com o mercado físico do milho em clima de feriado, o preço da saca em Campinas/SP mantém os R$ 87,00/sc”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) ficou no campo negativo das cotações durante toda a quarta-feira para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,64 com desvalorização de 9,00 pontos, o março/22 valeu US$ 5,72 com perda de 9,00 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,76 com baixa de 9,00 pontos e o julho/22 teve valor de R$ 5,77 com queda de 8,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira (02), de 1,57% para dezembro/21, de 1,55% para o março/22, de 1,54% para o maio/22 e de 1,37% para o julho/22.
Segundo informações da Agência Reuters, o mercado de milho foi afetado pelas perdas registradas nos futuros do trigo em meio à realização de lucros após registrarem as maiores altas desde 12 de agosto no início da semana.
Apesar deste recuo, o mercado espera que novas altas possam voltar nos próximos dias. “Contanto que não haja sinais de que a demanda está sendo desacelerada pelo nível elevado de preços, acreditamos que mais altas estão nos planos”, disse o Commerzbank em uma nota.
A publicação também destaca que, os comerciantes estão esperando que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgue suas estimativas mensais de Oferta e Demanda Mundial da Agricultura (WASDE) em 9 de novembro.
“O mercado de milho teve um bom aumento, mas seríamos cautelosos sobre empurrar muito o lado comprado com esses níveis de preços, pelo menos até que os números WASDE tenham ficado para trás”, disse Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage em Iowa.