Milho fecha semana de desvalorizações na Bolsa Brasileira
A sexta-feira (22) chega ao final com os preços futuros do milho pouco modificados na Bolsa Brasileira (B3) e com as principais cotações contabilizando flutuações em campo misto.
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 88,76 com elevação de 0,40%, o janeiro/22 valeu R$ 88,30 com perda de 0,06%, o março/22 foi negociado por R$ 88,337 com alta de 0,33% e o maio/22 teve valor R$ 84,80 com queda de 1,05%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 0,27% para o novembro/21, de 0,67% para o janeiro/22, de 1,25% para o março/22 e de 2,42% para o maio/22, na comparação com o fechamento da última sexta-feira (15).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado da B3 não tem mais muito espaço de baixa porque neste câmbio atual de R$ 5,70 dá liquidação de exportação com contratos de R$ 87,00 a R$ 90,00, já chegando dentro da paridade.
“É provável que na semana que vem tenhamos negócios novos na exportação porque o mercado já chegou em patamares que dão liquidez para fechamento de exportação”, diz Brandalizze.
No mercado físico brasileiro os preços da saca de milho também recuaram neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas nas praças de Jataí/GO e Rio Verde/GO. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Eldorado/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/milho
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações do milho no mercado físico estiveram em queda durante esta semana. Mesmo com a alta do dólar, o sentimento de alívio sobre o plantio e o regime de chuvas "tem falado mais alto". O apetite no porto também arrefeceu para janeiro/22”.
A consultoria SAFRAS & Mercado ressalta que o mercado brasileiro de milho registrou preços fracos, de estáveis a mais baixos na maior parte das regiões. “O ritmo dos negócios foi calmo, mas o mercado observou com atenção a volatilidade do milho na Bolsa de Chicago e as altas do dólar que podem sustentar melhor as cotações nos portos e trazer também algum suporte nas cotações ao produtor”.
O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, acredita que o mercado ainda se depara com perspectiva de queda no curto prazo, o que é evidenciado pelo avanço da oferta em grande parte do país. “Os consumidores conseguiram avançar em suas posições no decorrer da semana”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) permaneceu altista para os preços internacionais do milho futuro ao longo de toda essa sexta-feira, se recuperar das perdas registradas no pregão de ontem.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,38 com valorização de 5,75 pontos, o março/22 valeu US$ 5,46 com elevação de 5,25 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,50 com alta de 5,00 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,51 com ganho de 5,51 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (21), de 1,13% para o dezembro/21, de 0,92% para o março/22, de 0,92% para o maio/22 e de 0,92% para o julho/22.
Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam valorizações de 2,48% para o dezembro/21, de 2,25% para o março/22, de 2,23% para o maio/22 e de 2,23% para o julho/22, na comparação com o fechamento da última sexta-feira (15).
Segundo informações da Agência Reuters, o milho seguiu a alta do trigo, mas os ganhos foram puxados para baixo pela pressão de um mercado de soja em queda, uma vez que os fazendeiros americanos colhem safras melhores do que o esperado da oleaginosa.
“O trigo é o motor, tendo o apoio da demanda global”, disse Karl Setzer, analista de risco de commodities da Agrivisor.
Vlamir Brandalizze explica que, o trigo mais caro deixa de ser utilizado para ração animal e passa a ser destinado apenas para o consumo humano, aumentado assim o espaço para demanda de milho no setor das rações.
A publicação destaca ainda que, o milho da CBOT também encontrou apoio nas negociações de transferir acres dos Estados Unidos para a soja no próximo ano devido ao aumento dos custos dos fertilizantes, enquanto a chuva benéfica para o plantio no Brasil e revisões para cima nas safras dos EUA e da Europa reduziram os preços.