Milho sobe na B3 pela 3ª vez seguida e volta a romper os R$ 101,00
Pelo terceiro dia consecutivo os preços futuros do milho registraram valorizações na Bolsa Brasileira (B3) e terminaram a quinta-feira (12) voltando a ultrapassar a barreira dos R$ 101,00 para as principais cotações.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 100,00 com elevação de 0,70%, o novembro/21 valeu R$ 100,52 com alta de 0,67%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 101,48 com valorização de 0,77% e o março/22 teve valor de R$ 101,18 com ganho de 0,63%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as elevações do preço do milho no mercado externo fazem com que o milho importado chegue aos portos brasileiros na faixa dos R$ 105,00, o que libera um espaço a mais para as cotações nacionais subirem.
“Aqui dentro essa condição aumenta o limite de alta do milho e demonstra que o mercado vai seguir com o segundo semestre bastante ajustado, sem muito fôlego para se movimentar para baixo”, diz Brandalizze.
Mercado Físico
Os preços do milho no mercado físico brasileiro tiveram flutuações restritas nesta quinta-feira. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Castro/MS e Dourados/MS. Já as valorizações foram percebidas em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Brasília/DF e Porto Paranaguá.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “no mercado interno, os negócios estão lentos e os consumidores cada vez mais seletivos”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “ambas as pontas do mercado seguem retraídas, mas negócios acontecem a preços estáveis ou ligeiramente mais baixos em casos pontuais, mantendo o indicador de Campinas/SP em R$ 99,00/sc”.
A agência SAFRAS & Mercado aponta também que o mercado brasileiro de milho apresentou poucos negócios e preços de estáveis a ligeiramente mais baixos. “O mercado parece um pouco mais acomodado na semana. As colheitas da safrinha vão avançando e isso ajuda os preços a encontrarem algum espaço para baixa”, diz o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro dispararam nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT) após a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O vencimento setembro/21 valeu US$ 5,67 com alta de 10,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,73 com valorização de 14,00 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,79 com ganho de 12,75 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,83 com elevação de 11,50 pontos.
Esses índices representam alta, com relação ao fechamento da última quarta-feira (11), de 1,98% para o setembro/21, de 2,50% para o dezembro/21, de 2,12% para o março/22 e de 2,10% para o maio/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho superaram a maior alta em um mês após uma previsão de rendimentos menores do que o esperado nos EUA em um relatório de safra divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que alimentou preocupações sobre o aperto no fornecimento de grãos nos principais exportadores devido ao clima adverso.
Os números para vieram abaixo do esperado pelo mercado e ficaram em 182,64 sacas por hectare, contra a média esperada de 185,26 sacas e menor também em relação ao mês anterior, quando foi projetada a produtividade em 187,77 sacas por hectare.
Sendo assim, a safra de milho foi reduzida em mais de 10 milhões de toneladas, passando de 385,21 para 374,67 milhões de toneladas. A média esperada pelo mercado era de 379,7 milhões.
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“Para o milho, esperamos uma transição bastante apertada. Mas temos que nos perguntar que caminho seguiremos a partir daqui, com as condições de cultivo melhorando”, disse Ted Seifried, estrategista-chefe de agricultura do Grupo Zaner.