Preço do milho sobe no mercado físico, mas cai na B3 nesta 3ªfeira

Publicado em 28/07/2020 16:46 e atualizado em 29/07/2020 09:23
Chicago se desvaloriza e fecha no menor nível em um mês

A terça-feira (28) chega ao final com os preços do milho mais altos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Londrina/PR (1,16% e preço de R$ 42,50).

Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC (1,11% e preço de R$ 45,50), Pato Branco/PR (1,16% e preço de R$ 43,70), Cafelândia/PR (1,19% e preço de R$ 42,50), Cascavel/PR (2,38% e preço de R$ 43,00), Oeste da Bahia (2,50% e preço de R$ 41,00), São Gabriel do Oeste/MS (2,78% e preço de R$ 37,00) e Amambaí/MS (5,26% e preço de R$ 40,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, a colheita segue na reta final em boa parte das regiões brasileiras. Em Campinas-SP, as referências giram ao redor de R$49,00/sc, CIF, 30d.

O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório apontando que a colheita da segunda safra de milho já foi finalizada em 86,88% das lavouras do Mato Grosso até a última sexta-feira (24). Tal crescimento representa avanço de 11,08 pontos percentuais em relação à semana passada.

O relatório também atualizou as movimentações do preço do cereal no estado, que no mês passado teve média de R$ 31,58 a saca para a safra 2019/20 e R$ 30,06 a saca para a safra futura 2020/21. Valores 27,22% e 29,79% maiores em relação ao mesmo período da safra 18/19, respectivamente.

“Muitos fatores vêm ditando a elevação no preço do cereal em Mato Grosso, contribuindo para os valores históricos apresentados no estado nos últimos meses. Dentre eles o maior processamento de milho por parte das usinas de etanol, a maior demanda pela pecuária, os altos patamares da moeda norte-americana e a alta exportação registrada no ano de 2019”.

A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e das principais safras do estado.

O relatório semanal apontou que 26% das lavouras estaduais foram colhidas até a última segunda-feira (27). As áreas restantes se dividem com 82% já em maturação e os 18% restantes ainda em frutificação.

Quanto a qualidade dessas áreas, 45% estão em boas condições, 38% em médias e 17% em condições ruins.

Segundo o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, mesmo com as perdas de produção e produtividade causadas pela estiagem no desenvolvimento das lavouras, a safra será positiva para os produtores paranaense, que aproveitam este elevado patamar de cotações para negociar.

Gervásio aponta que os dados inicias para a safra eram de projeção de produção de 13 milhões de toneladas e produtividade média de 100 sacas por hectare, mas estes índices já foram reduzidos para produção de 11,4 milhões de toneladas e produtividade média de 88,33 sacas por hectare.

B3

Já os preços futuros do milho operaram a maior parte do dia em baixa na Bolsa Brasileira (B3). Os primeiros contratos registravam movimentações negativas entre 0,14% e 0,32% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 48,82 com queda de 0,14%, o novembro/20 valia R$ 50,20 com desvalorização de 0,32%, o janeiro/21 era negociado por R$ 50,95 com perda de 0,29% e o março/21 tinha valor de R$ 51,40 com alta de 0,29%.

De acordo com análise da Agrifatto Consultoria, que os contratos do milho brasileiro sucumbem a pressão negativa oriunda do recuo do dólar e do cereal na CBOT.

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro também acumularam perdas na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 3,50 e 5,00 pontos ao final do dia.

O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,20 com desvalorização de 5,00 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,30 com queda de 4,50 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,41 com baixa de 4,25 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,48 com perda de 3,50 pontos.

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,54% para o setembro/20, de 1,20% para o dezembro/20, de 1,16% para o março/21 e de 1,14% para o maio/21.

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho nos Estados Unidos atingiram o menor nível em um mês, com a melhora das classificações das condições de cultivo nos EUA e as perspectivas climáticas favoráveis, apoiando as expectativas de grandes colheitas neste outono, disseram analistas.

“Os preços do milho estão sob pressão ativa de vendas após o relatório semanal de progresso da safra do USDA na segunda-feira à tarde, mostrando uma força surpreendente nos índices de safra esta semana”, escreveu o economista-chefe de commodities do StoneX, Arlan Suderman, em nota aos clientes.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) classificou 72% das lavouras de milho dos EUA em boas a excelentes condições. Os números subiram de 69% na semana anterior e superaram uma série de expectativas comerciais.

Tags:

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Chicago e colheita pesam na B3, que fecha 3ªfeira com milho em baixa
Clima ajuda avanço da colheita do milho no Paraná, indica Deral
Em Campos de Júlio (MT) produtor relata margem negativa em torno de 5% a 8% para o milho safrinha
Colheita do milho entra na reta final no Paraguai com expectativa de produção menor do que a esperada
Com estiagem prolongada, incêndio atinge áreas rurais do município de São Gabriel do Oeste/MS
Colheita do milho está 29 pontos percentuais adiantada com relação à safra passada, diz Conab