Preço do milho no Brasil encerra a semana ainda sustentado no físico e na B3

Publicado em 17/07/2020 16:49 e atualizado em 20/07/2020 09:28
Chicago se beneficiou de compras chinesas

A sexta-feira (17) chega ao final com os preços do milho registrando movimentações positivas e negativas no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações em Jataí/GO (1,25% e preço de R$ 39,50), Castro/PR (2,17% e preço de R$ 45,00), Campo Grande/MS e São Gabriel do Oeste/MS (2,63% e preço de R$ 37,00).

Já as valorizações apareceram nas praças de Pato Branco/PR (1,18% e preço de R$ 42,70), Ubiratã/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (1,22% e preço de R$ 41,50), Eldorado/MS (1,28% e preço de R$ 39,50), Palma Sola/SC (2,27% e preço de R$ 45,00), Panambi/RS (2,37% e preço de R$ 44,04) e Não-Me-Toque/RS (2,38% e preço de R$ 43,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho terminou esta semana com preços mais pressionados para baixo do que iniciou. “Isto porque a colheita avançou de maneira satisfatória em boa parte das regiões produtoras, o que pesou sobre as cotações”.

Os números divulgados nos últimos boletins dos órgãos estaduais apontam que o Mato Grosso já colheu 61,13% das lavouras, o Paraná 11% e o Mato Grosso do Sul 2,1%, conforme as publicações de Imea, Deral e Famasul, respectivamente.

Segundo o analista de grãos do Rabobank, Victor Ikeda, apesar de atrasada com relação ao ano passado, a colheita está em linha com a média dos últimos cinco anos e a pressão nos preços do milho deve começar a aparecer ao final do mês de agosto, quando os trabalhos já devem estar encerrados.

Os estoques apertados durante boa parte do primeiro semestre é o que ainda sustenta esses preços. O indicador ESALQ/BM&FBOVESPA fechou a última quarta-feira (15) em R$ 49,40 a saca e a indicação da B3 para o contrato setembro/20 aponta redução para algo entre R$ 46,80 e R$ 46,90.

O analista destaca que, mesmo com essa retração, os preços seguem em patamares próximos aos recordes nominais para o período e mantêm a rentabilidade ao produtor. Uma nova movimentação de alta deve surgir a partir de outubro com as exportações e a demanda interna ganhando força.

B3

Os preços futuros do milho subiram na Bolsa Brasileira (B3) neste último da semana. As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,20% e 2,00% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento julho/20 era cotado à R$ 47,84 com valorização de 2,00%, o novembro/20 valor de R$ 49,00 com elevação de 1,45%, o janeiro/21 era negociado por R$ 50,50 com alta de 1,00% e o março/21 tinha valor de R$ 50,70 com ganho de 0,20%.

Ikeda aponta ainda que, as oportunidades para travamento de vendas da próxima segunda safra em 2021 estão favoráveis com a sinalização de preços da saca ao redor de R$ 46,00. Seguindo este cenário, o Mato Grosso já negociou cerca de 40% da safra de milho do ano que vem de acordo com o Imea.

Por fim, olhando para a exportação, o Rabobank estima volume total de 33 milhões de toneladas após as 4 milhões registradas no primeiro semestre, com o câmbio deixando o cereal brasileiro bastante competitivo até mesmo com relação ao norte-americano.

Mercado Externo

Para a Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira foi de elevação para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registravam movimentações positivas entre 1,75 e 2,75 pontos ao final do dia.

O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,33 com valorização de 2,75 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,39 com alta de 2,25 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,49 com ganho de 2,00 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,56 com elevação de 1,75 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,91% para o setembro/20, de 0,59% para o dezembro/20, de 0,58% para o março/21 e de 0,56% para o maio/21.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam desvalorizações de 1,19% para o setembro/20, de 1,45% para o dezembro/20 e de 1,69% para o março/21 na comparação com a última sexta-feira (10).

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho nos Estados Unidos subiram na sexta-feira, devido à retomada da demanda de exportação das culturas, principalmente da China, levando os traders a cobrir posições curtas.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) confirmou vendas de 3 milhões de toneladas de milho dos Estados Unidos para a China desde o dia 10 de julho. “As compras de milho pela China estão em alta e podem aumentar ainda mais devido a preços atraentes”, disse a consultoria Agritel.

Relembre mais informações desta semana sobre o milho:

>> Milho: indicador volta a fechar acima de R$ 50/sc

>> Apenas em 2 semanas de julho Brasil já exportou 132% a mais de milho do que todo o mês de junho

>> Mato Grosso já colheu 61,13% da safra de milho e Imea espera maior produção da sua série histórica

>> Conab realiza mais um leilão de frete para remover 30,2 mil toneladas de milho

>> Colheita do milho avança para 11% do total no Paraná, diz Deral

>> Chapadão do Sul/MS já colheu 40% das lavouras de milho e produtores se animam com boa produtividade e rentabilidade

>> Produtores de Diamantino/MT se encaminham para reta final da colheita do milho e se preocupam com incêndios

>> Colheita do milho deve se estender até agosto em Goiás e preços permanecem estáveis

>> Colheita do milho no Mato Grosso do Sul chega a 2,1% e estimativa de produção é reduzida

>> Colheita do milho avança em São Gabriel do Oeste/MS e expectativa é de aumentar em 20% a média de produtividade

>> Argentina já colheu 92% da safra de milho

>> Pressão da colheita deve chegar ao preço do milho no final de agosto, mas ainda manter patamar superior aos R$ 46,00/sc

>> Chuva na parte final do ciclo do milho ajudou as lavouras de Cascavel/PR e safrinha 2020 deve ser favorável ao produtor

>> Querência/MT chega à reta final da colheita de milho esperando maior safra da história em área plantada e produção

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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