Conab reduz 2ªsafra de milho para 73,5 milhões de t; oferta e demanda tende a ser bem ajustada

Publicado em 09/07/2020 14:30

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para o mês de julho e apontou, para a segunda safra de milho, que o quadro climático apresentado na região Centro-Sul frustrou a segunda safra de milho, pois, com exceção de algumas regiões, as lavouras não conseguiram expressar todo o seu potencial produtivo.

Apesar disso, o rendimento abaixo da safra passada, será compensado pelo incremento na área plantada em 6,6%, chegando assim ao total produzido de 73,5 milhões de toneladas, patamar considerado recorde para o Brasil e 0,5% maior do que a produção de 2018/19.

“As lavouras apresentam-se em avançado estágio de evolução, com a colheita já ocorrendo em vários estados. A expectativa, mesmo considerando as frustrações climáticas citadas, é de aumento na produção”, diz o relatório.

Sobre a safra verão, a Conab destaca que, a produção ficou em 25,6 milhões de toneladas, índice 0,3% menor do que o registrado na safra passada e os trabalhos de colheita já foram praticamente encerrados em todo o Brasil.

“Problemas climáticos na Região Sul prejudicaram o potencial produtivo das lavouras, sobretudo as do Rio Grande do Sul, reduzindo a produtividade média do país”.

O relatório aponta ainda que, o quadro de oferta e demanda teve um ajuste no consumo na série histórica, visto que foram realizadas algumas pequenas atualizações no plantel de animais, sobretudo de aves de postura e matrizes de corte, bem como dados de confinamento de bovinos e plantel de suínos.

Além disso, de acordo com o levantamento de açúcar e etanol da Conab, o volume utilizado para a produção de etanol na safra 2018/19 foi de 4,1 milhões de toneladas e para a safra 2019/20, estima-se um consumo de 6,6 milhões de toneladas de milho.

Em números totais, a Conab estima uma produção total de milho no Brasil em 2020 de 100.559 toneladas (aumento de 0,51% com relação a 2019) e uma demanda interna de 68.427 toneladas (elevação de 5,34% em comparação a 2019) com destaque para a produção de etanol com 6.633 (acréscimo de 61% com relação a 2019).

Para as exportações, o relatório aponta uma tendência de alta devido à paridade de exportação que nos portos se aproxima dos R$ 50,00 por saca de 60 quilos, a maior já registrada.

“Porém, os embarques ainda estão aquém do registrado no mesmo período do ano passado, chegando de fevereiro a início de julho em 1,5 milhão de toneladas, contra 5 milhões de toneladas do ano anterior”.

Os line ups já apontam volumes próximos a 5 milhões para julho. Para se atingir a estimativa de 34,5 milhões para este ano-safra, o Brasil deve exportar uma média mensal de 5,5 milhões de toneladas até janeiro de 2021. “Por essa razão, mantém-se a estimativa”, diz a Conab.

Neste cenário, os estoques finais estão estimados em 8,7 milhões de toneladas, correspondendo a uma relação estoque/consumo de 8,5% ou 31 dias de uso, basicamente um mês de consumo.

“Entretanto, vale salientar que o consumo citado para relação é o consumo total, ou seja, doméstico mais a exportação, a qual costuma não ser muito elevada em fevereiro. De qualquer maneira, no contexto atual, a oferta e demanda de milho para a safra 2020/21 tende a ser bem ajustada”, aponta o boletim.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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