Itaú BBA destaca cotações elevadas do milho e aponta aumento da disponibilidade do cereal na safra 2020/21

Publicado em 18/06/2020 15:28

O time de consultoria Agro do Itaú BBA divulgou seu relatório Visão Agro 2020/21 trazendo um panorama sobre algumas das principais culturas agrícolas do Brasil. Na análise feita sobre o milho, o destaque fica para as cotações elevadas praticadas para o cereal no país neste ano.

“A safra 2019/20 para o milho deverá ficar na memória dos players ligados à cadeia por muito tempo. As cotações praticadas no Brasil atingiram os patamares mais altos da história possibilitando uma geração de renda por parte dos produtores das mais elevadas já registradas”.

A publicação destaca que a baixa disponibilidade do grão no mercado doméstico após a redução dos estoques de passagem com aumento da demanda interna e exportações recordes justifica esse aumento.

Neste momento, mesmo com a chegada da segunda safra, que está sendo colhida nas principais regiões produtoras, as estimativas do Itaú BBA apontam que os estoques de passagem no Brasil na safra 2019/20 tendem a oscilar próximos aos patamares da safra 2015/16, quando as cotações atingiram níveis recordes até então.

Pensando no próximo ciclo de safra 2020/21, a publicação aponta a manutenção do cenário positivo para os preços, especialmente durante a safra de verão. “Por mais que possamos testemunhar algum aumento de área plantada em regiões específicas de milho 1ª safra, a nossa estimativa aponta para um balanço bem equilibrado no 1º semestre do próximo ano.

Já para a segunda safra em 2021, a expectativa é de aumento de área em 3% com relação à 2020 e níveis de produtividade similares aos de 2018/19, o que sustenta a estimativa de uma produção superior as 80 milhões de toneladas apenas na safrinha.

“Esse aumento de produção, mesmo quando combinado com uma premissa de crescimento do consumo interno de 4% no próximo ano, deve elevar substancialmente o excedente exportável no Brasil ao longo do segundo semestre de 2021”, aponta o relatório.

“Assim, o grande fator por trás das precificações no Brasil dever seguir sendo a taxa de câmbio. Em que pese a grande volatilidade diante das incertezas do mercado, as perspectivas do ItaúBBA apontam para uma apreciação gradual da taxa de câmbio ao longo de 2021, o que pode trazer alguma pressão para os preços em moeda nacional caso esse cenário se materialize”, conclui a consultoria.

O relatório destaca ainda que as margens para os produtores na safra 2020/21 seguirão positivas, mas menores do que as registradas no ciclo 2019/20 e que é necessário muita atenção por parte dos agricultores.

“Essa safra vem com um componente de risco maior que nos outros anos, como adquirir os insumos com um dólar bastante apreciado e comercializar o produto final a uma taxa de câmbio menor. Por isso, é importante combinar a aquisição de insumos com a fixação do valor do milho a ser vendido com o objetivo de já travar a relação de troca e mitigar o risco de redução das margens”, relata.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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