Milho sobe nesta quinta-feira no mercado físico, na B3 e em Chicago

Publicado em 07/05/2020 17:00
Consultoria aponta tendência de queda no Brasil, mas preços ainda sustentados

A quinta-feira (07) registrou movimentações, em sua maioria, positivas para os preços do milho no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as desvalorizações apareceram apenas no Oeste da Bahia (1,26% e preço de R$ 39,25).

Já as valorizações apareceram em Porto Paranaguá/PR (2,13% e preço de R$ 48,00), Palma Sola/SC (2,50% e preço de R$ 41,00), Marechal Cândido Rondon/PR (2,60% e preço de R$ 39,50), Cafelândia/PR (2,60% e preço de R$ 39,50), londrina/PR (2,60% e preço de R$ 39,50), Ubiratã/PR (2,60% e preço de R$ 39,50), Cascavel/PR (2,67% e preço de R$ 38,50), Eldorado/MS (2,74% e preço de R$ 37,50), Assis/SP (3,45% e preço de R$ 45,00) Pato Branco/PR (5,17% e preço de R$ 40,70) e Sorriso/MT disponível (6,67% e preço de R$ 32,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira.

A segunda safra de milho brasileira segue nos campos se desenvolvendo e, a despeito de problemas com estiagem enfrentados na região centro-sul do país, a expectativa ainda é de grande produção para o cereal nas colheitas que devem começar já no próximo mês.

Segundo o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, as lavouras estão se desenvolvendo muito bem em áreas como Goiás, Minas Gerais e Tocantins e diversas regiões que não costumavam ter cultivo de milho apostaram na cultura em 2020, o que deve ajudar a compensar a queda de produtividade pontuais do sul.

O analista destaca que o cenário então segue sendo de queda nos preços, mas que apesar das cotações estarem menores do que as do início do ano, elas seguem sustentadas pela demanda interna aquecida e por um câmbio bastante favorável com o dólar valorizado ante ao real.

Sobre as exportações, que seguem bem abaixo das registradas em 2019, Galvão aponta o ano passado como ponto fora da curva e acredita em uma retomada deste volume no segundo semestre, finalizando o ano próximo das 32 milhões de toneladas embarcadas.

O analista ainda aponta que, hoje devemos ter algo entre 65% e 70% desta segunda safra já negociadas e recomenda que os produtores que ainda precisam fechar negociações tenham certeza do quanto será produzido e participem do mercado com a finalidade de obter preços médios ao fim das negociações.

B3

Para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) a quinta-feira (07) registrou movimentações em campo positivo. As principais cotações operavam com flutuações entre 2,92% e 2,31% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento maio/20 era coado à R$ 50,02 com valorização de 2,40%, o julho/20 valia R$ 47,00 com elevação de 2,31%, o setembro/20 era negociado por R$ 45,54 com alta de 2,92% e o novembro/20 tinha valor de R$ 47,76 com ganho de 2,80%.

A manutenção da alta do dólar em relação ao real segue sustentando as cotações da bolsa brasileira. Por volta das 16h27 (horário de Brasília) a moeda norte-america subia 2,67% valendo R$ 5,856.

Mercado Externo

Para a Bolsa de Chicago (CBOT) a quinta-feira (07) foi de elevações para os preços internacionais do milho futuro.  As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,75 e 4,25 pontos ao final do dia.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,16 com valorização de 4,25 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,18 com alta de 3,75 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,23 com ganho de 3,00 pontos e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,34 com elevação de 2,75 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 1,61 % para o maio/20, de 1,27% para o julho/20, de 0,94% para o setembro/20 e de 0,91% para o dezembro/20.

Segundo informações da Agência Reuters, os preços futuros dos grãos nos Estados Unidos se recuperaram na quinta-feira com a compra chinesa renovada de milho e soja e as previsões de temperaturas abaixo de zero em todo o país alimentaram preocupações de que algumas culturas vulneráveis ​​possam sofrer danos.

“Os ganhos, no entanto, foram atenuados por abundantes preocupações com a demanda, já que os traders começaram a se posicionar à frente do relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que deve ser lançado na próxima semana. O relatório deve mostrar que os estoques de trigo, milho e soja permanecem amplos”, aponta o analista Karl Plume.

O USDA confirmou na quinta-feira vendas privadas de 686.000 toneladas de milho dos EUA para a China para embarque nas campanhas de marketing atuais e futuras. “A China entrou com soja nesta semana e vimos hoje que eles também compraram milho”, disse Craig Turner, corretor sênior de commodities da Daniels Trading.

As temperaturas geladas esperadas no Meio-Oeste dos Estados Unidos no sábado podem ameaçar as plantações de milho recém-plantadas, de acordo com meteorologistas. “O frio danificará algumas das safras de verão recentemente emergidas no Meio-Oeste”, disse a corretora Allendale em nota, citando o potencial de geada e congelamento no Centro-Oeste neste fim de semana.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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