Milho futuro segue se valorizando no Brasil com falta de chuva para a safrinha

Publicado em 28/04/2020 12:02 e atualizado em 28/04/2020 16:46
Chicago tem poucas movimentações opondo progresso do plantio com previsão de excesso de chuvas

Os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) seguem se elevando nesta terça-feira (28). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,91% e 1,10% por volta das 12 horas (horário de Brasília).

O vencimento maio/20 era cotado à R$ 47,87 com alta de 1,10%, o julho/20 valia R$ 45,41 com valorização de 0,91%, o setembro/20 era negociado por R$ 44,35 com ganho de 1,03% e o novembro/20 tinha valor de R$ 45,90 com estabilidade.

O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório apontando que o preço do milho em Mato Grosso recuou 5,36% no último mês, devido a pressão com a atual cenário para o consumo estadual.

“A redução da demanda devido à menor competitividade do etanol e às incertezas dos pecuaristas de confinamento quanto à diminuição da produção influenciaram os preços nas últimas semanas”, diz a publicação.

Ao mesmo tempo as dúvidas sobre a produção da safrinha seguem crescentes. Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira, o produtor rural de Cândido Mota/SP, Antônio José Tondato, apontou que a região já está há 15 dias sem chuvas e as lavouras do cereal começam a sofrer os impactos da estiagem e das altas temperaturas.

“O clima e o dólar estão atuando como fatores altistas para a cotação do milho, com a segunda safra do cereal sofrendo com a falta de chuvas em algumas regiões do país e assim já comprometendo o potencial produtivo que havia sido estimado anteriormente”, analisa a Agrifatto Consultoria.

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) registrava movimentações em campo misto para os preços internacionais do milho futuro nesta terça-feira (28). As principais cotações flutuavam entre 1,25 pontos negativos e 0,75 pontos positivos por volta das 11h35 (horário de BrasÍlia).

O vencimento maio/20 era cotado à US$ 3,03 com desvalorização de 2,00 pontos, o julho/20 valia US$ 3,12 com queda de 1,00 ponto, o setembro/20 era negociado por US$ 3,19 com estabilidade e o dezembro/20 tinha valor de US$ 3,30 com valorização de 0,50 pontos.

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços futuros subiram esta manhã com as previsões de chuva ameaçando conter o progresso de plantio que superou as expectativas dos analistas ontem.

O progresso do plantio aumentou na semana passada, apesar das fortes chuvas no final da semana, através do cinturão do milho. No domingo, 27% da safra de milho dos EUA estavam no solo, superando o relatório de 7% da semana passada.

“O progresso permanece acima da média de cinco anos de 20%, pois 3% do milho haviam emergido. Os solos frios mantiveram o total de emergência abaixo da média de cinco anos de 4%”, aponta a analista Jacqueline Holland.

A Agrifatto Consultoria destaca que o milho na CBOT chegou ao menor patamar desde o dia 27 de setembro de 2006 na última segunda-feira pela a forte desvalorização do petróleo e pelo avanço acima das expectativas na semeadura de milho no solo norte-americano.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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