Milho: questionamentos sobre a safrinha deixam B3 em alta nesta sexta-feira
A sexta-feira (24) registrou muitas movimentações nos preços do milho no mercado interno. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram identificadas desvalorizações nas praças de Castro/PR (2,22% e preço de R$ 44,00), Brasília/DF (4,26% e preço de R$ 45,00), Sorriso/MT balcão (9,09% e preço de R$ 30,00) e Sorriso/MT disponível (16,67% e preço de R$ 30,00).
Já as valorizações foram registradas em Cascavel/PR (1,35% e preço de R$ 37,50), Porto Paranaguá/PR (2,27% e preço de R$ 45,00), Pato Branco/PR (2,62% e preço de R$ 39,20), Ubiratã/PR (2,70% e preço de R$ 38,00), Londrina/PR (2,70% e preço de R$ 38,00) e São Gabriel do Oeste/MS (7,89% e preço de R$ 41,00).
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira.
Em sua nota diária, a Radar Investimentos apontou que o mercado físico do milho teve recuos consecutivos durante esta semana. “O dólar estanca em parte a pressão dos preços, mas o consumo principalmente voltado a nutrição animal deve recuar de maneira significativa. Em Campinas-SP, as referências giram ao redor de R$50/sc”.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, o presidente da Unem (União Nacional do Etanol de Milho), Guilherme Nolasco, as paralisações e desacelerações do comercio e indústria devido à pandemia do Covid-19 já impactaram na redução de cerca de 35% na demanda de biocombustíveis no Brasil. Dentro deste setor, o etanol de milho também enfrenta crise neste momento.
Segundo o presidente, a expectativa é que o mercado volta a ser aquecido no segundo semestre e, até lá, cada usina deve estabelecer seu próprio planejamento e estratégias para enfrentar este momento.
Nolasco destaca que não houve paralisações e nem demissões no setor e que a projeção de acréscimo no volume de milho esmagado para a próxima safra deve ser reduzido diante deste cenário, saindo da projeção de 7 milhões de toneladas para as mesmas 6 milhões registradas nesta safra.
A liderança aponta ainda que, o mercado está comprado neste momento (o Mato Grosso, por exemplo, registra 78% da próxima produção já negociada) e novas movimentações podem ser retomadas após a volta da demanda ao normal, mas este momento é de analise e de aguardar os desdobramentos do cenário.
Por fim, as três usinas que deveriam ser entregues até o final de 2020 seguem com os trabalhos em andamento, mesmo que de maneira mais cadenciada, e que o eventual início das operações deverá ser decidido de acordo com o panorama que estiver vigente ao final do ano.
B3
A bolsa brasileira operou durante todo o dia em patamares positivos para os preços futuros do milho e fechou o dia se movimentando em campo misto entre 0,74% negativo e 3,04% positivo por volta das 17h49 (horário de Brasília).
O vencimento maio/20 foi cotado à R$ 47,15 com desvalorização de 0,74%, o julho/20 valeu R$ 44,40 com alta de 0,68%, o setembro/20 foi negociado por R$ 43,80 com queda de 0,23% e o dezembro/20 teve valor R$ 45,75 com ganho de 3,04%.
De acordo com a Agrifatto Consultoria, a recuperação do petróleo e a forte alta do dólar atuaram para que os contratos futuros do milho registrassem valorização nos últimos dias desta semana. “Além disso, a falta de chuvas em algumas áreas no centro-sul do país preocupou o mercado e com isso fortaleceu a cotação”.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, o presidente da Aprosoja Paraná, Márcio Bonesi, afirmou que algumas partes do estado, com a região beira lago, não recebem precipitações há 30 dias e as perdas já chegam a até 30% nos municípios próximos à Toledo, por exemplo.
Mercado Externo
O último dia da semana chegou ao fim com perdas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram flutuações negativas entre 2,00 e 3,50 pontos ao final desta sexta-feira (17).
O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,15 com desvalorizações de 3,50 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,23 com queda de 3,00 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,27 com baixa de 2,25 pontos e o dezembro/20 teve valor US$ 3,36 com perda de 2,00 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 1,25% para o maio/20, de 0,92% para o julho/20, de 0,61% para o setembro/20 e de 0,59% para o dezembro/20.
Com relação ao fechamento da última sexta-feira (17), os futuros do milho acumularam baixas de 2,17% para o maio/20, de 1,82% para o julho/20, de 1,80% para o setembro/20 e de 2,04% para o dezembro/20.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho nos Estados Unidos caíram na sexta-feira após três dias seguidos de ganhos, já que os investidores correram algum risco fora do mercado devido à incerteza de demanda decorrente da pandemia global de Coronavírus.
“Os ganhos recentes com fundamentos técnicos e subjacentes permaneceram incertos, mesmo com uma onda recente de acordos de exportação. Um colapso na demanda de etanol associado ao novo surto de Coronavírus continuou pairando sobre o mercado de milho e as previsões para um bom clima de plantio no Centro-Oeste dos EUA aumentaram a pressão.”, aponta Mark Weinraub, da Reuters Chicago.
A Archer Daniels Midland Co disse na quinta-feira que vai interromper temporariamente a produção de etanol em duas de suas fábricas de milho, devido à menor demanda de gasolina.
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