Milho: Quarta-feira tem queda no mercado interno, na B3 e em Chicago

Publicado em 08/04/2020 16:59 e atualizado em 09/04/2020 09:23
Analistas enxergam "perspectiva sombria para o milho"

A quarta-feira (08) foi um deia de desvalorizações gerais para o milho. As movimentações no mercado interno brasileiro, na Bolsa Brasileira (B3) e na Bolsa de Chicago (CBOT) foram todas no campo negativo, intensificando a tendência de baixa para o cereal.

A equipe do Notícias Agrícolas realizou levantamento nesta quarta-feira e verificou apenas uma alta de 7,14% em Sorriso/MT balcão que teve valor de R$ 30,00. Já as desvalorizações foram percebidas em Assis/SP (2,04% e preço de R$ 48,00), São Gabriel do Oeste/MS (2,08% e preço de R$ 47,00) e Brasília/DF (6% e preço de R$ 47,00).

Para a Radar Investimentos, esta tendência de baixa nas cotações do milho ficou mais evidente nos últimos dias. “O aumento da disponibilidade do cereal vindo de algumas regiões, o alívio dos temores em relação ao novo Coronavírus no mundo e as boas condições para a safrinha são os fundamentos deste cenário”.

Confira como ficaram as cotações nesta quarta-feira.

A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio, colheita e comercialização das principais safras do estado.

O relatório semanal apontou que 91% das lavouras de milho verão no Paraná já foram colhidas até a última segunda-feira (06). Do montante que segue em campo, 92% estão em boas condições e 100% já estão no período de maturação.

Já para a segunda safra, foram semeadas 100% do total previsto, com 82% em descaso vegetativo, 14% em floração e 3% já em frutificação, além de 1% ainda em germinação. Quanto à qualidade destas áreas, 79% estão boas, 18% estão em médias e 3% em condições ruins.

B3

A bolsa brasileira operou no campo negativo durante toda a quarta-feira (08) com as principais cotações caindo até 1,58% por volta das 16h44 (horário de Brasília).

O vencimento maio/20 era cotado à R$ 46,85 com desvalorização de 1,58%, o julho/20 valia R$ 44,00 com queda de 1,23%, o setembro/20 era negociado por R$ 43,09 com baixa de 0,99% e o novembro/20 tinha valor de R$ 43,50 com perda de 1,07%.

Mercado Externo

A quarta-feira (08) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro desvalorizados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 1,50 e 1,75 pontos ao fim do dia.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,30 com queda de 1,50 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,35 com perda de 1,75 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,40 com baixa de 1,75 pontos e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,49 com desvalorização de 1,75 pontos.

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 0,30% para o maio/20, de 0,59% para o julho/20, de 0,58% para o setembro/20 e de 0,576% para o dezembro/20.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho em Chicago caíram na quarta-feira, desistindo de parte dos ganhos da sessão anterior, quando o governo dos Estados Unidos informou que o setor de etanol americano registrou uma baixa de quase uma década na produção semanal em meio a estoques massivos.

“O grande motor do dia foi o milho com o pânico do Coronavírus causando dor no setor de etanol, um mercado significativo para o milho americano”, a Reuters Chicago.

A publicação ainda aponta que, uma grande quantidade de usinas de etanol dos EUA foi encerrada com o colapso da demanda de combustível devido ao surto de Coronavírus, e os frigoríficos foram atingidos por um efeito colateral preocupante, já que agora menos dióxido de carbono está disponível para resfriar carne bovina, aves e suínos.

“Reduzimos 33% no ano em produção e temos estoques recordes de etanol. E isso não conta a fábrica que fechou ontem, ou fechará hoje ou na próxima semana. É definitivamente uma perspectiva sombria para o milho agora”, disse Karl Setzer, analista de risco de commodities da AgriVisor.

“Você precisa fazer algo para que a demanda doméstica de milho atenda, ou alguém precisa intervir e comprar algo em grande escala nos negócios de exportação. Porém, simplesmente não vejo isso acontecendo, disse Mark Schultz, analista de mercado da Northstar Commodity.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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