Milho: B3 cai mais de 2% nesta terça-feira e tendência é de baixa no Brasil
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira (07) o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, apontou que a chegada da segunda safra no segundo semestre e as incertezas de demanda em meio a pandemia do Coronavírus iniciam um cenário baixista.
“Com câmbio ou sem câmbio, com COVID ou sem COVID, o fato é que a safra que está nos campos agora tudo indica que vem muito cheia. O agricultor foi incentivado por preços muito bons e aumentou a área e a tecnologia e, com clima favorável, tudo indica que vamos para uma safra recorde novamente. Esse quadro de escassez de milho vai ficando para trás”, diz Galvão.
O analista destaca ainda que o contexto de pandemia traz ainda outras complicações como o derretimento dos preços internacionais do petróleo e seus desdobramentos no setor de biocombustíveis. Inclusive os Estados Unidos já fecharam diversas plantas de etanol devido a falta de demanda.
Diante dessa leitura, a recomendação de Galvão é que o produtor brasileiro busque se capitalizar e converter seu estoque de milho em caixa. “A recomendação hoje para aquele produtor que tem milho é capitalize, converta caixa e preserve liquidez. Eu acho que agora é a hora de liquidar posições em milho e fazer caixa”.
Veja a entrevista completa com o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão
A equipe do Notícias Agrícolas realizou levantamento nesta terça-feira e verificou dois movimentos de queda em Porto Paranaguá/PR (1,06% e preço de R$ 46,50) e Castro/PR (5,05% e preço de R$ 47,00) e outras duas valorizações em Brasília/DF (6,38% e preço de R$ 50,00) e Sorriso/MT disponível (30% e preço de R$ 39,00).
Confira como ficaram as cotações nesta terça-feira.
O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório apontando que a receita bruta gerada pela produção do milho aumente 14,52% em relação ao ano anterior, atingindo o valor total de R$ 13,48 bilhões.
A publicação aponta que, com este aumento o milho passa a superar o share da cotonicultura, e toma o 3º lugar como atividade de maior valor bruto de produção no estado. “Esse aumento estimado deve-se principalmente aos melhores patamares do preço e às expectativas de aumento na área cultivada com o cereal”.
B3
Já a bolsa brasileira operou no campo negativo durante todo o dia e registrava perdas de até 2,30% para as principais cotações por volta das 17h01 (horário de Brasília).
O vencimento maio/20 era cotado à R$ 47,60 com baixa de 2,06%, o julho/20 valia R$ 44,55 com desvalorização de 2,30%, o setembro/20 era negociado por R$ 43,52 com queda de 0,80% e o dezembro/20 tinha valor de R$ 45,79 com perda de 0,78%.
Mercado Externo
A terça-feira (07) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro acumulando ganhos na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,75 e 3,75 pontos ao fim do dia.
O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,31 com valorização de 3,75 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,37 com alta de 3,75 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,42 com elevação de 3,00 pontos e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,51 com ganho de 2,75 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,22% para o maio/20, de 1,20% para o julho/20, de 0,88% para o setembro/20 e de 0.86% para o dezembro/20.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho finalmente atraíram compradores de pechincha na terça-feira, depois de terem diminuído nas oito sessões consecutivas anteriores. A publicação destaca que os preços atingiram o pico no meio da manhã, mas mantiveram ganhos de mais de 1% no fechamento da sessão.
Para analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, as cotações em Chicago podem retomar uma tendência de altas conforme o tamanho real da safra americana de milho vá se desenhando.
O analista alerta para o fato de que o último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) com intenções de plantio foi feito antes da crise mundial envolvendo o avanço do Coronavírus. Galvão acredita que o relatório definitivo que a agência deve divulgar em junho irá reduzir essa área semeada e impulsionar os contratos na CBOT.
Milho tem rali frustrado, mas fecha em alta em Chicago; trigo recua
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros do milho negociados em Chicago chegaram engatar um rali nesta terça-feira, impulsionados por uma alta nos mercados de energia, mas tiveram o avanço frustrado no final do dia por uma derrocada nas cotações do petróleo.
O contrato maio do milho avançou quase 2% até o meio do dia, mas devolveu ganhos pela metade diante diante das quedas no petróleo, que fecharam em baixa pelo segundo dia consecutivo.
Esta terça-feira foi o primeiro dia de movimento positivo do milho após sete dias de perdas, que fizeram com que os preços do grão batessem mínimas de três anos e meio.
Os futuros da soja fecharam praticamente estáveis, à medida que notícias de que a seca na Argentina pode reduzir as produtividades da oleaginosa no país foram compensadas pelo enfraquecimento do mercado de farelo de soja.
Já os futuros do trigo recuaram, depois de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) avaliar a safra norte-americana em condições melhores que as projetadas por analistas.
Os mercados de grãos também registraram uma dose de coberturas de vendidos antes do relatório de estimativas globais de oferta e demanda (WASDE, na sigla em inglês), previsto para quinta-feira, disse o presidente da U.S. Commodities, Don Roose.
O contrato mais ativo do milho fechou em alta de 3,75 centavos de dólar, a 3,3150 dólares por bushel, enquanto a soja recuou 0,75 centavo, a 8,5475 dólares/bushel. O trigo teve queda de 6,50 centavos, para 5,4925 dólares o bushel.