Milho: Preços internacionais encerram a terça-feira com baixas de até 5 pontos

Publicado em 19/02/2019 17:17

Os preços internacionais do milho encerram suas atividades nessa terça-feira (19) apresentando quedas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram desvalorizações entre 3,50 e 5 pontos negativos. O vencimento março/19 era cotado a US$ 3,69, o maio/19 valia US$ 3,78 e o julho/19 era negociado por US$ 3,86.

Segundo análise da ARC Mercosul, após o feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, o mercado iniciou a semana com um tom de “ressaca”. Gestores de fundos se posicionaram na aversão ao risco, liquidando contratos em aberto no trigo e milho, impulsionando o movimento de venda em manada. A soja acabou sendo arrastada no pacote de commodities, deixando todo o pregão agrícola da CBOT no vermelho.

A grande incerteza continua sobre o relacionamento entre os EUA e China. Após outra semana de negociações, nenhum resultado palpável foi alcançado. Novos encontros presidenciais estão sendo arranjados para meados de março, quando uma decisão concreta sobre a retórica política entre Trump e Jinping deve ser observada - pelo menos é o que o mercado demanda atualmente. Até lá, este tema continuará sendo o principal direcionador de preços.

O site Barchart desta que os contratos futuros de milho caíram na maioria dos contratos na terça-feira, pressionados pelo restante do complexo de grãos. O relatório semanal de Inspeções de Exportação do USDA mostrou embarques de 941.811 mil toneladas de milho na semana que terminou em 14/2.

Isso foi ligeiramente abaixo do ano passado, mas 25,34% maior do que na semana anterior. México e Japão foram os dois principais destinos da semana. As inspeções acumuladas no ano ainda são 44,90% maiores do que no mesmo período do ano passado. O relatório do EIA será adiado para quinta-feira nesta semana devido ao feriado do Dia do Presidente da segunda-feira.

A Agência Reuters divulgou que “trades disseram que os futuros de grãos e oleaginosas também foram pressionado por preocupações crescentes sobre exatamente o quanto de soja fazendeiros americanos irão plantados nesta primavera, como o clima da América do Sul melhora e os índices de exportações dos concorrentes Brasil e Argentina que mostram poucos sinais de declínio”.

Mercado Interno

Já no mercado interno, os preços do milho disponível permaneceram sem movimentações em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, somente a praça de Castro/PR registrou alta com 2,70% e preço de R$ 38,00. Já a baixa, apareceu apenas em Porto Paranaguá/PR com queda de 2,44% e preço de R$ 40,00.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Agrinvest, Marcos Araújo, comentou que os preços internos do milho devem manter a tendência de alta, pelo menos, até meados de abril, com os estoques do grão cada vez menores no Brasil. Porém, o produtor deve ficar atento para as movimentações a partir desse ponto “entre abril e maio teremos a entrada da safrinha e os preços podem ter uma queda drástica”, afirma.

A XP Investimentos apontou que, pelo terceiro dia consecutivo, foi observado o maior nível dos últimos 5 meses (R$ 40,93/sc). O ponto chave ainda é a regionalização dos lotes e, por hora, nem mesmo o início da colheita de milho tem sido suficiente para acalmar os ânimos altistas, visto que este milho (tributado) dificilmente chega as praças paulistas (fretes caros). O vazio de milho “de fora” permite que Intermediários e Silos subam suas pedidas pelos estoques e realizem seus lucros.

Já a Agrifatto Consultoria, também destaca que a disponibilidade restrita do cereal nesta época do ano mantém o mercado firme, e a perspectiva de valores mais altos fazem a ponta vendedora reter a matéria-prima com o ritmo lento de comercialização oferecendo pouco espaço para alívio das cotações.

Quando a produção da segunda safra estiver mais clara, e se sinalizar para cotações menores a frente, a pressão vendedora deve aumentar. E combinado com a oferta da safra de verão, a curva de preços deve se acomodar.

Confira como ficaram as cotações internas nesta terça-feira:

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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