Milho: Após desvalorizações, mercado sobe mais de 1% na semana na Bolsa de Chicago

Publicado em 19/01/2018 16:47

Após as perdas recentes, os futuros do milho apresentaram movimentação positiva e encerraram a semana com valorizações de mais de 1% na Bolsa de Chicago (CBOT), segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas. Já nesta sexta-feira (19), os preços subiram mais de 1 ponto, com o março/18 a US$ 3,52 por bushel e o maio/18 a US$ 3,60 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais, o mercado ainda opera de maneira técnica, mas sem oscilações muito expressivas. No quadro fundamental, as atenções ainda estão voltadas para o comportamento das chuvas na Argentina e os possíveis impactos das adversidades climáticas nas lavouras.

As condições mais secas também levantaram preocupações com a colheita de milho da Argentina, informou a Reuters internacional. Analistas destacaram ao longo dessa semana que a seca poderia cortar até 3,7 milhões de toneladas da safra prevista para a temporada 2017/18.

Ainda nesta quinta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reportou que cerca de 91,3% da área esperada para essa temporada, de 5,4 milhões de hectares, já foi cultivada. Na semana, a evolução dos trabalhos nos campos foi de 5,5%.

Os produtores ainda precisam cultivar 450 mil hectares de milho no país, nas regiões Nordeste e Noroeste. A janela ideal de plantio do milho se encerra em meados do mês de fevereiro.

De acordo com as previsões climáticas, até o dia 29 de janeiro, as regiões produtoras de Buenos Aires e Córdoba deverão ter chuvas próximas de 45 mm. Já em Santa Fé, o índice deve ficar entre 50 mm e 75 mm no mesmo período.

Como fator positivo, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou nesta sexta-feira seu boletim semanal de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 11 de janeiro, as vendas de milho somaram 1.888,3 milhão de toneladas.

O número ficou bem acima das expectativas dos participantes do mercado, entre 500 mil a 800 mil toneladas. Com o novo reporte, o acumulado vendido no ano comercial está próximo de 28.996,6 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior o número estava em 37 milhões de toneladas.

Mercado interno

A semana foi de ligeiras perdas aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Ainda conforme levantamento do Notícias Agrícolas, em Campinas (SP) a saca cedeu 5,95% e o preço fechou a sexta-feira a R$ 31,60. Já em Tangará da Serra (MT), a queda foi de 5,13%, com a saca a R$ 18,50.

Na região de Brasília, o preço caiu 3,57% e a saca encerrou a semana a R$ 27,00. Na localidade de Campo Novo do Parecis (MT), a saca caiu 2,78%, com a saca a R$ 17,50.

Na contramão desse cenário, a saca subiu 7,14% em Ponta Grossa (PR) e o preço a R$ 30,00. Em Sorriso (MT), a saca apresentou alta de 3,85% e encerrou o dia a R$ 13,50. No Porto de Paranaguá, o preço futuro, para entrega em agosto/18, subiu 3,45%, com a saca a R$ 30,00.

Um dos focos no mercado doméstico é o andamento da colheita da safra de verão. Conforme projeção da AgRural, divulgada nesta sexta-feira, em torno de 1% da área plantada já foi colhida. O número está abaixo do registrado na média dos últimos cinco anos, de 2%. No mesmo período do ano anterior, a colheita estava em 0,5%.

"As chuvas previstas para o Rio Grande do Sul devem dificultar a colheita nos próximos dias, mas são bem-vindas para a produtividade de áreas mais tardias", disse a consultoria.

No estado gaúcho, em torno de 14% da área plantada já foi colhida, segundo dados da Emater/RS. "Até aqui as produtividades destas lavouras têm se mantido dentro do previsto e com colheitas satisfatórias. Esses resultados não são uma surpresa, uma vez que essas lavouras completaram seu ciclo sem maiores percalços", destacou em nota.

Nesse momento, as atenções estão voltadas para o restante da safra que está em fase de floração e enchimento de grãos. Em algumas áreas, as plantas já começaram a sentir a deficiência hídrica ocasionada pela falta de chuvas mais abundantes e regulares, ainda segundo dados da entidade.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,2013 na venda, com queda de 0,26%. O patamar é o menor desde os R$ 3,1898 registrado no fechamento em 20 de outubro de 2017.

Segundo a Reuters, apesar da queda, a moeda permanece próxima do patamar de R$ 3,20. "Com a pressão do ingresso de recursos e da fraqueza da moeda norte-americana no exterior compensada pela cautela em torno do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", destacou. O julgamento acontece na próxima semana.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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