Milho: Em Chicago, mercado permanece focado no clima na Argentina e fecha 3ª feira com leves ganhos
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho finalizaram o pregão desta terça-feira (16) com ligeiras altas. As principais posições do cereal encerraram o dia com ganhos entre 2,00 e 2,25 pontos. O contrato março/18 era cotado a US$ 3,48 por bushel, enquanto o maio/18 encerrou a sessão a US$ 3,56 por bushel.
Os vencimentos da commodity perderam força ao longo do pregão, um influência das perdas registradas nos contratos do trigo, conforme dados das agências internacionais. "O mercado de milho não é otimista, mas parece estar sendo mais arrastado pelo trigo", disse o chefe de estratégia de grãos da Kluis Commodities, Cory Bratland ao Agriculture.com.
Por sua vez, os preços do trigo foram pressionados por amplos estoques globais e pela perspectiva de que os produtores americanos plantaram mais trigo na temporada do que o esperado, conforme destacou a Reuters internacional. Com isso, as cotações do cereal tocaram o patamar mais baixo em um mês no mercado internacional.
Além disso, os sites internacionais destacaram que os mercados de grãos ainda responderam ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado na última sexta-feira (12). Já que nesta segunda-feira (15) não houve negociação devido ao feriado de Martin Luther King comemorado no país.
Ainda nesta terça-feira, o departamento norte-americano reportou seu boletim semanal de embarques. Na semana encerrada no dia 11 de janeiro, os embarques do cereal somaram 584,389 mil toneladas.
O volume ficou abaixo das apostas dos investidores, entre 690 mil a 990 mil toneladas. No acumulado da temporada, os embarques de milho somam 12.014,379 milhões de toneladas, frente as 18,8 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.
Paralelamente, o clima na Argentina segue no radar dos participantes do mercado. Segundo dados reportados pelo La Nación, na zona de Chivilcoy, na província de Buenos Aires, os produtores reforçam o atraso no desenvolvimento da cultura do milho devido ao clima irregular.
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Mercado brasileiro
A terça-feira foi de ligeira movimentação nos preços do milho praticados no mercado doméstico. Em Campinas (SP), a saca caiu 4,46% e encerrou o dia a R$ 32,10. No Porto de Paranaguá, o valor futuro, para entrega em agosto/18, terminou o dia a R$ 29,00 a saca.
Em contrapartida, em Campo Novo do Parecis (MT), a saca subiu 2,78% e fechou a terça-feira a R$ 18,50. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a valorização foi de 2,38%, com a saca a R$ 21,50. Já em Luís Eduardo Magalhães (BA), o ganho foi de 1,72%, com a saca a R$ 29,50. As informações fazem parte do levantamento diário realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Conforme reporta o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, "as cotações não apresentam mudanças significativas, até porque nesse momento estamos com a colheita no Centro-Sul do país. Fator que pressiona as cotações".
Ainda assim, um dos fatores positivos ao mercado são as exportações. Nesta segunda-feira, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) destacou que os embarques de milho somaram 1,48 milhões de toneladas nas duas primeiras semanas de janeiro. Em todo o mês de janeiro de 2017, as exportações totalizaram 1,45 milhão de toneladas.
A expectativa é que as exportações contribuam para enxugar o excedente do mercado doméstico e, assim, reduzir os estoques brasileiros.
BM&F Bovespa
As cotações do milho recuaram no pregão desta terça-feira na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal finalizaram o dia com quedas entre 0,54% e 1,52%. O março/18 era cotado a R$ 31,87 a saca e o maio/18 era negociado a R$ 31,71 a saca.
Os preços recuaram apesar da alta registrada no mercado internacional e também no dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,2289 na venda com alta de 0,58%. Ainda segundo a Reuters, o câmbio passou por uma correção técnica depois das quedas recentes.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira: