Com grande oferta global, milho encerra pregão desta 4ª feira com ligeiras desvalorizações em Chicago
Após testar o lado positivo da tabela, as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) revertaram os ganhos e finalizaram a quarta-feira (6) em queda. Os contratos do cereal encerraram o pregão com desvalorizações de 0,50 e 1,25 pontos. O vencimento dezembro/17 era cotado a US$ 3,39 por bushel e o março/18 trabalhava a US$ 3,52 por bushel.
"O mercado continua sendo pressionado pela grande oferta mundial e pelos lentos embarques da safra dos EUA", informou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário. Por outro lado, os investidores estão focados na safra da América do Sul e no comportamento do clima.
Ainda nesta terça-feira, o serviço australiano de meteorologia confirmou o estabelecimento do La Niña. Ao Agriculture.com, o analista da Kluis Commodities, Bob Linneman, disse que os investidores estão observando atentamente o clima sul-americano. "Os participantes do mercado estão procurando por sinais de estress das culturas em meio a um clima quente na Argentina", reforça.
Segundo dados divulgados pela Reuters internacional, a Informa Economics estimou a produção brasileira de milho em 89 milhões de toneladas na safra 2017/18. O número representa uma queda de 3 milhões de toneladas em relação à última projeção da consultoria.
Mercado interno
A quarta-feira foi de ligeira movimentação aos preços do milho praticados no mercado doméstico. De acordo com levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Campinas (SP), a saca encerrou o dia a R$ 30,60, com alta de 3,38%. No Oeste da Bahia, o ganho ficou em 1,75%, com a saca a R$ 29,00.
Na localidade de Assis (SP), a saca registrou valorização de 1,24% e finalizou o dia a R$ 24,50. Em contrapartida, em Sorriso (MT), a saca caiu 3,57% e encerrou a quarta-feira a R$ 13,50.
Em seu último reporte o Cepea reportou que as atenções estão voltadas às exportações e ao maior interesse interno de venda. Em novembro, as exportações de milho somaram 4,2 milhões de toneladas, conforme dados da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais). No acumulado do ano até novembro, os embarques totalizam 25,7 milhões de toneladas do cereal.
Para esse ano, a perspectiva é que as exportações do grão fiquem abaixo do projetado, de 33 milhões de toneladas. Ainda de acordo com informações da associação, para dezembro a programação dos embarques está próxima de 2,4 milhões de toneladas.
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, a sessão desta quarta-feira foi negativa aos preços do milho. As principais posições da commodity finalizaram o dia com perdas entre 0,12% e 1,38%. O janeiro/18 era cotado a R$ 32,10 a saca e o março/18 a R$ 33,59 a saca.
As cotações do cereal acompanharam o recuo registrado nos preços no mercado internacional e também no dólar. A moeda norte-americana encerrou o pregão a R$ 3,23, com leve desvalorização de 0,11%.
"Os investidores estão menos preocupados com as negociações do governo para conquistar apoio político necessário para a votação da reforma da Previdência ainda nesta ano na Câmara dos Deputados", ressaltou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: