Em Chicago, milho sobe até 4% na semana com impulso do trigo e clima no Meio-Oeste americano
A semana foi positiva aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações acumularam valorizações entre 3,56% e 4,46%. Nesta sexta-feira (30), as principais posições do cereal subiram mais de 11 pontos, ganho de mais de 3%. O vencimento setembro/17 era cotado a R$ 3,81 por bushel, enquanto o dezembro/17 fechou o pregão a US$ 3,92 por bushel.
As agências internacionais destacaram que as cotações foram impulsionadas pela forte valorização registrada nos preços futuros do trigo. Hoje, as principais posições da commodity subiram mais de 30 pontos, uma alta entre 5,62% e 6,40%. O setembro/17 era cotado a US$ 5,26 por bushel e o dezembro/17 a US$ 5,45 por bushel.
Por sua vez, os futuros do trigo encontraram suporte nas preocupações com o clima mais seco nos EUA e também em outras importantes regiões produtores, como Canadá e Austrália. Aproximadamente 15% da produção de trigo entra na composição de rações, portanto, milho e trigo têm um forte ponto em comum", destacou a Granoeste Corretora de Cereais.
Do mesmo modo, o clima no Meio-Oeste também permanece como uma das variáveis de influência aos preços do milho. Isso porque, a partir do início de julho, as plantações do cereal entram em fase de polinização, uma das mais importantes no desenvolvimento da cultura. "As projeções a longo prazo indicam a formação de um sistema de alta pressão, com temperaturas em elevação e redução do volume de chuvas para extensas áreas da região produtora dos EUA", informou a Granoeste.
Contudo, o analista internacional, Terry Reilly, destacou ao portal Agrimoney.com, disse que os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), próximos aos esperados pelos investidores limitaram os ganhos. O órgão reportou a área cultivada com o milho em 36,79 milhões de hectares nesta temporada. As expectativas do mercado estavam entre 36,02 milhões e 36,67 milhões de hectares.
Já os estoques trimestrais ficaram em 132,85 milhões de toneladas, contra a média esperada de 131,07 milhões de toneladas, ainda conforme dados do USDA. Os estoques são referentes até o dia 1º de junho. A alta do petróleo também deu sustentação aos preços, o barril subiu 3,12% e fechou o dia a US$ 46,33.
Mercado brasileiro
Em contrapartida, a semana foi negativa aos preços do milho negociados no mercado interno. Em Sorriso (MT), a queda foi de 9,09%, com a saca do cereal a R$ 10,00. Ainda no estado mato-grossense, em Itiquira e Rondonópolis, a perda ficou em 8,57%, com a saca do grão a R$ 16,00.
No Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a desvalorização foi de 4,84%, com a saca do milho a R$ 18,60. No Porto de Paranaguá, a saca futura também recuou ao longo da semana, perda de 1,75% e o preço ficou em R$ 28,00. As informações ainda fazem parte do levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Os analistas de mercado reforçam que a entrada na safrinha de milho no mercado tem pressionado as cotações. No maior estado produtor do grão, Mato Grosso, a colheita já está completa em 29,25% da área plantada nesta safra. No mesmo período do ano anterior, o índice estava em 25,78%.
Até o momento, a região Médio-Norte é mais adiantada com os trabalhos nos campos, com a colheita completa em 45,11% da área. Em seguida está a região Oeste, com 25,24% da área já colhida. Os dados foram divulgados pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Já no Paraná, a colheita avançou pouco e está completa em 4% da área plantada. 93% das plantações apresentam boas condições e 44% está em fase de maturação, conforme levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural). Apenas 9% da safra foi comercializada até o momento, ainda de acordo com dados do departamento.
Em meio a esse cenário, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) ampliou as medidas de apoio à comercialização do cereal para os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e também para o Distrito Federal. As operações de Pep (Prêmio para o Escoamento de Produto) e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) serão realizadas na próxima quinta-feira (6).
"As operações visam a sustentação do preço do milho, que vem caindo em razão do início da colheita do grão e o consequente aumento da oferta em relação à demanda. A subvenção será ofertada para o escoamento de milho das safras 2016/2017 e 2017", destacou a entidade em nota.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: