Diante das primeiras projeções para a safra dos EUA, milho registra queda de mais de 1% na semana na CBOT

Publicado em 24/02/2017 17:29

A semana foi negativa aos preços do milho praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal acumularam desvalorização entre 0,97% e 1,26%, segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (24), os preços cederam entre 1,25 e 1,75 pontos. O março/17 era cotado a US$ 3,64 por bushel, enquanto o maio/17 era negociado a US$ 3,70 por bushel.

O mercado foi pressionado pelas primeiras estimativas para a safra americana, conforme reportaram as agências internacionais. De acordo com o primeiro esboço da safra dos EUA, o Outlook Fórum do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projetou a produção em 357,27 milhões de toneladas.

Ainda nesta quinta-feira, a área plantada com o cereal foi projetada em 36,42 milhões de hectares, o número ficou acima da queda esperada pelos investidores. "Mesmo assim, o mercado provavelmente precisava ver uma queda maior para realmente obter um impulso de confiança", disse Madeleine Donlan no Commonwealth Bank of Australia, em entrevista ao Agrimoney.com.

Já as vendas semanais de milho ficaram em 1.007,6 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 16 de fevereiro. Da safra 2016/17, o número ficou em 743,1 mil toneladas e da nova temporada, 2017/18, o número foi de 264,5 mil toneladas. As vendas somam 42.715,9 milhões de toneladas, no mesmo período do ciclo anterior, o número estava em 26.552,4 milhões de toneladas. As informações foram reportadas pelo departamento americano.

Paralelamente, o mercado ainda observa o desenvolvimento da safra na América do Sul. No caso da Argentina, a perspectiva é que sejam colhidas 40 milhões de toneladas do cereal nesta temporada. Já no Brasil, a safra total poderá chegar até a 90 milhões de toneladas, conforme estimam as consultorias privadas.

Mercado brasileiro

Mais uma vez, os preços do milho praticados no mercado doméstico recuaram. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço futuro no Porto de Paranaguá caiu 4,84% na semana e encerrou a sexta-feira (24) a R$ 29,50 a saca.

Em Campo Grande (MS), a cotação cedeu 4,00%, com a saca do cereal a R$ 24,00. Na região de Ponta Grossa (PR), o recuo ficou em 3,57%, com a saca do cereal a R$ 27,00. Já em Luís Eduardo Magalhães (BA), a perda foi de 2,60%, com a saca a R$ 37,50.

Segundo os analistas, o mercado continua travado e a tendência ainda é de preços mais baixos, diante da perspectiva de recuperação na safra. As projeções mais otimistas apontam para uma safra total produzida no país próxima de 90 milhões de toneladas do grão.

No Brasil, os produtores seguem com a colheita da soja e o plantio da segunda safra de milho. "E tirando alguns problemas pontuais com excesso de chuvas em Mato Grosso, a safra de milho inverno será cultivada dentro de condições próximas da normalidade. Cenário que associado à melhora nos investimentos em sementes e tratos culturais poderá resultar em uma produção recorde”, disse o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão.

Contudo, no Paraná, por exemplo, há uma grande preocupação por parte dos produtores rurais com a janela ideal de cultivo. O período ideal está se encerrando e até agora apenas 48% da área projetada para a safrinha foi cultivada até o momento, conforme dados reportados pelo Deral (Departamento de Economia Rural).

“O cenário não é dos melhores, não iniciamos a colheita da soja na data prevista devido a problemas climáticos e, consequentemente, retardamos o plantio do milho safrinha. Em seguida, tivemos muita chuva, o que fez com que boa parte da safra fosse cultivada no mês de fevereiro. Acreditamos que o estado tenha cultivado entre 30% a 35% da área com o milho”, destaca o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro.

Exportações

Ainda na visão do analista da Céleres Consultoria, as exportações podem chegar até a 30 milhões de toneladas nesta temporada. E o impasse entre os Estados Unidos e o México pode gerar algumas oportunidades pontuais de negócios aos produtores rurais brasileiros.

De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as exportações de milho somaram 310,76 mil toneladas do grão até a segunda semana de fevereiro. A média diária foi de 38,84 mil toneladas, uma queda de 86,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

BM&F Bovespa

Na BM&F Bovespa, as cotações do cereal finalizaram o dia em campo misto. As primeiras posições exibiram perdas entre 0,48% e 0,66%, já as posições mais longas exibiram valorizações entre 0,17% e 0,27%. O vencimento março/17 era cotado a R$ 34,55 a saca e o setembro/17 a R$ 29,70 a saca.

Além de Chicago, o mercado também foi influenciado pelo comportamento cambial. A moeda norte-americana subiu quase 2% nesta sexta-feira e encerrou o dia a R$ 3,1133 na venda antes do feriado do Carnaval no Brasil e do discurso do presidente americano, Donald Trump.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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