Na CBOT, milho recua quase 3% na semana, já no Brasil, poucos negócios com festas de final de ano
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho registraram mais uma semana de desvalorização. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, os preços da commodity cederam entre 2,78% e 2,95%. Nesta sexta-feira (23), os vencimentos do cereal apresentaram perdas entre 1,25 e 1,50 pontos. O contrato março/17 era cotado a US$ 3,45 por bushel, enquanto o maio/17 trabalhava a US$ 3,52 por bushel.
A semana foi marcada pela falta de novidades no mercado internacional. Além disso, os investidores também aproveitaram para ajustar posições antes do feriado prolongado nos Estados Unidos. Na próxima segunda-feira (26), as bolsas não deverão operar em função do feriado de Natal no país, "Christmas Day". As negociações serão retomadas na terça-feira (27).
"A falta de novas notícias mantém o milho em uma rotina", disse CHS Hedging, em entrevista ao site internacional Agrimoney.com. "Qualquer nova notícia é escassa deixando os mercados para negociar o clima na América do Sul e dados da demanda", completa Kim Rugel, da Benson Quinn Commodities.
No caso da safra da Argentina, chuvas retornaram para algumas localidades que sofriam com o período de estiagem. Conforme dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, divulgados no final dessa semana, em torno de 63% da área estimada para essa temporada, de 4,9 milhões de hectares, já foi plantada no país. O número é equivalente a pouco mais de 3 milhões de hectares.
Do mesmo modo, as informações sobre a demanda continuam em pauta no mercado. Na última quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas semanais do cereal em 1.251,000 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 15 de dezembro. No acumulado da temporada, as vendas americanas já somam 34.344,8 milhões de toneladas, contra 19.494,2 milhões do ano anterior. A projeção é de que, em toda a temporada, a vendas alcancem as 56,52 milhões de toneladas.
Ainda nesta sexta-feira, o órgão anunciou a venda de 110,8 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2016/17.
Essa foi a segunda operação reportada essa semana, já que, nesta quinta-feira (22), o órgão divulgou a venda de 100,400 mil toneladas do cereal ao México. O volume também deverá ser entregue na campanha 2016/17.
Mercado interno
A semana no mercado interno de milho foi marcada pelo baixo volume de negócios e poucas oscilações. Diante da proximidade das festas de final de ano, houve uma lentidão nas negociações com o cereal. Além disso, os participantes do mercado também já esperam pela chegada da safra de verão em meados do mês de janeiro, o que pode pressionar negativamente os preços do grão.
Diante desse quadro, o preço do milho em Sorriso (MT) subiu 4,55% essa semana, com a saca a R$ 23,00. Já em Campinas (SP), a alta foi de 2,59%, com a saca a R$ 39,60. Na localidade de Ponta Grossa (PR), o ganho ficou em 1,49%, com a saca a R$ 34,00. No Oeste da Bahia, o valor subiu 1,30%, com a saca a R$ 39,00. As informações fazem parte do levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Na contramão desse cenário, o preço caiu 3,51% em São Gabriel do Oeste (MS), com a saca a R$ 27,50, referência até esta quinta-feira (22). Em Avaré (SP), a baixa ficou em 2,92%, com a saca de milho a R$ 32,24. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 36,00, com referência de quarta-feira (21).
Enquanto isso, na bolsa brasileira, a sessão desta sexta-feira (23) de ligeiras quedas aos preços do cereal. As principais posições da commodity acumularam perdas entre 0,28% e 0,56%. O vencimento janeiro/17 era cotado a R$ 38,02 a saca e o março/17 a R$ 35,70 a saca. Já o maio/17 fechou o pregão a R$ 34,22 a saca.
Novamente, as cotações do cereal acompanharam as perdas registradas nos preços na Bolsa de Chicago e também no dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,2700 na venda, com desvalorização de 0,89%. O pregão foi de baixo volume de negócios com a proximidade do Natal, conforme ponderou a Reuters.
A agência também reportou que, na semana, o câmbio acumulou perda de 3,56%. Essa foi a maior queda semanal desde o período finalizado em 1º de julho, quando a moeda recuou 4,35%.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: