Em Chicago, alta do dólar no mercado internacional pressiona e milho registra leves quedas nesta 4ª feira
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram o pregão desta quarta-feira (30) com ligeiras quedas, próximos da estabilidade. Em um dia de volatilidade, as cotações até tentaram se segurar em campo positivo, porém, recuaram e exibiram quedas entre 0,50 e 0,75 pontos. O dezembro/16 permaneceu em US$ 3,36 por bushel e o março/17 a US$ 3,48 por bushel. O contrato maio/17 era cotado a US$ 3,55 por bushel.
Segundo dados da Granoeste Corretora de Cereais, a alta do dólar frente as demais moedas acabou pesando sobre os preços no final do dia. Porém, em grande parte do dia, as cotações foram impulsionadas pela forte valorização registrada nas cotações do petróleo.
Na tarde desta quarta-feira, o barril subia mais de 8,93% e era cotado a US$ 49,27. Por sua vez, a commodity foi alavancada pelo acordo dos líderes da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), reportado hoje, para a redução da produção pela 1ª vez desde 2008.
Nos Estados Unidos, o petróleo tem uma ligação direta com o milho, uma vez que, parte da produção do cereal é destinada à fabricação de etanol. Em seu último boletim de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou que cerca de 134,63 milhões de toneladas de milho serão destinados à produção de etanol na temporada 2016/17.
Ainda nesta quarta-feira, a AIE (Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos), estimou a produção de etanol no país em 1,012 milhão de barris diários na semana encerrada no dia 25 de novembro. O número ficou abaixo do registrado na semana anterior, de 1,014 milhão de barris diários. Já os estoques, passaram de 19 para 18,4 barris diários no mesmo período.
Apesar desse cenário, os preços da commodity ainda sentem o peso de uma grande safra e estoques nos EUA. E, diante de uma produção de mais de 386 milhões de toneladas, as notícias vindas do lado da demanda não têm sido fortes o suficiente para impulsionar as cotações do cereal.
Mercado brasileiro
A quarta-feira (30) foi de ligeira movimentação aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Depois das perdas recentes, as praças de Mato Grosso, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, voltaram a subir e registraram altas de 4,17%, com a saca do cereal a R$ 25,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), a cotação registrou leve ganho, de 1,79%, com a saca a R$ 28,50.
Em contrapartida, no Porto de Paranaguá, a saca cedeu 1,41%, com o milho a R$ 35,00. As demais praças tiveram um dia de estabilidade, conforme dados levantados pela equipe do Notícias Agrícolas.
Ainda segundo os analistas, as cotações ainda seguem pressionadas nesse final de ano em meio às importações e do recuo das exportações. No acumulado de fevereiro a outubro de 2016, as exportações somam 15,4 milhões de toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Recentemente, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou para baixo as projeções das exportações dessa temporada de 20 milhões para 18,5 milhões de toneladas. Na contramão desse cenário, os estoques de passagem subiram para 7,3 milhões de toneladas.
Além desse quadro, a safra de verão tem caminhado bem até o momento. E, diante da perspectiva de aumento de 10% da área cultivada nesta safra, a projeção é que os produtores colham uma produção acima de 30 milhões de toneladas, o que tem deixado os compradores mais confortáveis em relação à oferta do grão.
Já na bolsa brasileira, as cotações subiram ao longo da sessão desta quarta-feira (30). As principais posições do cereal subiram entre 0,56% e 1,63%. O vencimento janeiro/17 era cotado a R$ 37,56 a saca, enquanto o março/17 trabalhava a R$ 38,00. Apenas o setembro/17 caiu, cerca de 0,12%, com a saca de milho a R$ 33,30 a saca.
Enquanto isso, o dólar, um dos principais fatores influenciadores dos preços, fechou o pregão a R$ 3,3873 na venda, com perda de 0,25%. De acordo com a agência Reuters, a moeda foi favorecida pela aprovação da PEC do teto dos gastos no Senado e pelo salto nos preços internacionais do petróleo.
Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 3,4078 na venda. Em novembro, o câmbio subiu 6,18%, maior valorização mensal desde setembro de 2015, quando o dólar subiu 9,33%, ainda segundo a agência de notícias.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: