Milho: Com clima favorável nos EUA, preços têm queda de dois dígitos no pregão desta 3ª feira em Chicago
Pelo segundo dia seguido, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com fortes quedas. Nesta terça-feira (21), perto das 12h07 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam desvalorizações entre 13,00 e 15,00 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,06 por bushel, já o março/17 era negociado a US$ 4,25 por bushel.
Segundo dados das agências internacionais, mais uma vez, o mercado é pressionado pelas previsões climáticas indicando clima favorável ao desenvolvimento das lavouras norte-americanas. "As chuvas deverão trazer algum alívio para áreas que estavam mais secas", disse Bryce Knorr, analista e editor da Farm Futures.
"As previsões climáticas indicam chuvas e temperaturas amenas nos próximos dias, o que seria benéfico para as lavouras do cereal. E nas próximas 4 a 8 semanas, o clima se tornará ainda mais importante, já que estaremos na fase de definição da safra americana. No caso do milho, o estágio de pendoamento", explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 75% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. 21% das plantações permanecem em situação regular e 4% apresentam condições ruins ou muito ruins. O clima continua no foco dos investidores e deve continuar especialmente no mês de julho, quando as lavouras estarão em fase de polinização, a mais importante fase de desenvolvimento da cultura.
Os analistas ainda ponderam que as cotações do milho deverão registrar maior volatilidade nesta temporada em função da quebra na produção da América do Sul. E também do deslocamento de parte da demanda global para o produto norte-americano.
"Além disso, estamos em uma semana com plebiscito no Reino Unido, que irá decidir sobre a saída ou não do país da União Europeia. Isso tem tornado os investidores mais cautelosos", reforça Brandalizze.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações também operam em campo negativo nesta terça-feira (21). As principais posições da commodity exibiam desvalorizações entre 1,57% e 4,73%, por volta das 12h45 (horário de Brasília). O vencimento julho/16 era cotado a R$ 42,74 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha era negociado a R$ 40,95 a saca.
Além da forte queda de Chicago, as cotações também são pressionadas pelo avanço da colheita da safrinha no Brasil. No principal estado produtor do cereal, o Mato Grosso, cerca de 10% da área já foi colhida até esse momento, segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Já no Paraná, o ritmo está mais lento devido às chuvas no estado. Até a semana anterior, pouco mais de 5% da área havia sido colhida, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural).