Milho: De olho na colheita, preços têm nova queda na BM&F e set/16 recua mais de 1% nesta 4ª feira
Os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa encerraram a sessão desta quarta-feira (15) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity recuaram pelo 2º dia consecutivo e exibiram perdas ente 0,29% e 1,98%. O contrato julho/16 era cotado a R$ 46,00 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 42,95 a saca, com queda de 1,38%. No Porto de Paranaguá, a cotação também caiu, cerca de 1,30%, com a saca para entrega setembro/16 em R$ 38,00.
De acordo com os analistas, os preços se acomodam em patamares mais baixos à medida que a colheita do cereal ganha ritmo. Nos principais estados produtores de milho na segunda safra, Mato Grosso e Paraná, a colheita do grão já supera os 5% da área plantada, conforme dados oficiais.
Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressaltou que, até o começo de julho os produtores brasileiros deverão colher em torno de 25 milhões de toneladas. Então, apesar da quebra na safra, há uma pressão maior nas cotações devido à entrada do produto no mercado.
A perspectiva é que sejam colhidas 49,9 milhões de toneladas do cereal na safrinha, segundo dados reportados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Paralelamente, o clima, que comprometeu a produtividade das lavouras nas principais regiões produtoras do grão, continua sendo observado. Após as recentes geadas no Paraná, a preocupação é com a ocorrência de chuvas no estado. O que se confirmado poderia elevar as perdas na produção paranaense, conforme ponderam os especialistas.
O diretor do Deral (Departamento de Economia Rural), Francisco Carlos Simioni, disse que é difícil dimensionar as perdas neste momento, porque os danos causados pela geada só podem ser quantificados de seis a oito dias após a ocorrência. Ele adianta que, até o fim deste mês, a Secretaria da Agricultura terá um levantamento mais completo, com base técnica, para não causar apreensão ao mercado e aos consumidores, pois perdas de produção geralmente resultam em elevação de preços.
Além do avanço da colheita, as perdas mais fortes registradas na Bolsa de Chicago e também no dólar contribuem para as quedas nos preços na bolsa brasileira. Ainda hoje, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,4665 na venda, com queda de 0,39%. Segundo dados da agência Reuters, a moeda operou com volatilidade depois do Federal Reserve, banco central americano, sinalizar uma postura mais cautelosa sobre quando pretende voltar a elevar a taxa de juros no país.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram o pregão desta quarta-feira (15) em queda. As principais posições do cereal consolidaram o movimento negativo e exibiram perdas entre 6,50 e 7,75 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,29 por bushel e o dezembro/16 a US$ 4,39 por bushel. Já o março/17 era negociado a US$ 4,44 por bushel.
Conforme dados reportados pelas agências internacionais, o mercado recuou com indicações de clima favorável ao desenvolvimento das lavouras no Meio-Oeste dos EUA nos próximos dias. "O tempo permanece amplamente favorável para as culturas com chuvas em partes do Meio-Oeste do país esta semana", disse Bob Burgdorfer, editor e analista do portal Farm Futures.
Já o clima mais quente deve ser observado a partir da próxima semana, ainda segundo o noticiário internacional. Até o momento, 75% das lavouras de milho ainda apresentam boas condições, conforme dados divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da semana. Além disso, a queda nos preços do petróleo também contribuiu para a pressão negativa sobre os contratos do cereal em Chicago.
Outro fator importante que segue sendo observado pelos participantes do mercado é a demanda pelo produto norte-americano. Com a quebra na safrinha brasileira, devido ao clima irregular e, a colheita ainda lenta na Argentina, os compradores têm adquirido o milho dos EUA, conforme ponderam os analistas. Nesta quinta-feira (16), o USDA traz novo boletim de vendas para exportação.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: