Milho: Chuvas continuam nos EUA e mercado fecha sessão com valorização de 2,9% em Chicago
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quinta-feira (25) com ganhos de quase 2,9%, a terceira subida forte registrada na semana. As principais posições da commodity terminaram o dia com altas entre 10 e 11,75 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,76 por bushel, já contrato março/16 retomou o patamar dos US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 4,03 por bushel.
As cotações do cereal, que iniciaram o pregão com ligeiras quedas, ampliaram as valorizações ao longo do dia impulsionadas pelas previsões de chuvas no Meio-Oeste americano. De acordo com informações do Serviço Oficial de Meteorologia dos EUA (NOAA), nos próximos 6 a 10 dias, o Meio-Oeste terá entre 33% até 60% de probabilidade de chuvas. A previsão é equivalente aos dias 30 de junho a 4 de julho. As previsões mais alongadas, para os próximos 30 dias, também indicam a continuidade das precipitações.
Chuvas previstas nos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA
“Os preços subiram influenciados pela questão climática mais úmida, com isso, as plantas não conseguem aproveitar os nutrientes adequadamente. Então, há a necessidade de mais aplicações nas lavouras e uma perda de potencial produtivo no milho”, explica o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
EUA - Previsão para 30 dias - Fontes: NOAA e Weather Channel
Inclusive, o analista do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer, relata que há rumores de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduza o índice de lavouras em boas ou excelentes condições na próxima segunda-feira. "Na semana anterior já tivemos um recuo de 2% no percentual, que ficou em 71%. Até o momento, os estados de Indiana e Ohio são os mais afetados pela condição climática adversa", ressalta.
Paralelamente, o mercado também aguarda o próximo boletim do departamento norte-americano, que será reportado na terça-feira (30). “Para o milho, não deveremos ter muitas mudança. No caso dos estoques trimestrais deveremos ter um volume de 114 milhões de toneladas, no ano passado tínhamos 97 milhões de toneladas do grão. Já a área deverá ficar muito próxima do indicado anteriormente, de 36,1 milhões de hectares”, destaca o economista.
Ainda nesta quinta-feira, o órgão trouxe os números das exportações semanais do milho. Até a semana encerrada no dia 18 de junho, as exportações da safra velha ficaram em 496,8 mil toneladas do grão, contra as 627,1 mil toneladas indicadas na semana anterior.
Já os números da safra nova, apresentaram uma elevação, de 200,4 mil toneladas para 297,6 mil toneladas, no mesmo período. O principal comprador do produto norte-americano foi o México, com a aquisição de 220 mil toneladas do cereal.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 registrou leve queda de 1,03% e encerrou o dia a R$ 28,70 a saca. A saca do cereal para entrega em julho/15 encerrou o dia no mesmo patamar, mas com ganho de 1,41%. No Porto de Santos, a quinta-feira também foi positiva, com alta de 0,67% e a saca do grão a R$ 30,00.
Ainda segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, as cotações também subiram nas praças de São Gabriel do Oeste, com alta de 6,06% e a saca a R$ 17,50 e em Jataí (GO), com a saca cotada a R$ 18,00 e ganho de 2,86%. Nas demais regiões pesquisadas os preços permaneceram estáveis.
Contudo, o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt ressalta que, com as altas registradas no mercado internacional nesta quinta-feira, o ritmo dos negócios no Brasil melhorou. "Já acompanhamos a valorização do dólar desde o início do ano e agora tivemos os recentes ganhos em Chicago. Com isso, muitos negócios foram feitos hoje", diz.
Além disso, na visão do analista, novas oscilações positivas não estão descartadas devido ao clima ainda adverso nos EUA. "Podemos ver o agravamento do cenário climático no Meio-Oeste, isso já está refletindo no milho e também na soja", sinaliza Hildebrandt.
Diante desse cenário, o analista ainda orienta aos produtores que já negociaram parte da produção de milho podem aguardar um pouco, pois poderão ter melhores oportunidades mais adiante. "Já quem não negociou está tendo mais uma chance de aproveitar os preços", acredita.
Câmbio
O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira com valorização de 0,86%, cotado a R$ 3,12 na venda. Conforme dados reportados pela agência Reuters, o mercado subiu em reflexo da notícia de que foi impetrado um habeas corpus preventivo na Justiça do Paraná pedindo que o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não seja preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.