Milho: No mercado interno, preços sobem até 8,33% em fevereiro com suporte do dólar e Chicago

Publicado em 27/02/2015 18:31

Os preços do milho no mercado interno brasileiro fecharam o mês de fevereiro com valorizações entre 2,27% a 8,33%. De acordo com o levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, Tangará da Serra (MT) foi a praça com maior alta, já que os preços subiram de R$ 18,00, para R$ 19,50, ganho equivalente a 8,33%. 

Em Não-me-toque (RS), os preços aumentaram de R$ 22,00 para R$ 22,50, ganho de 2,27%. No Porto de Paranaguá, a alta foi de 3,45%, uma vez que as cotações passaram de R$ 29,00, para R$ 30,00. A região de São Gabriel do Oeste (MS), a valorização dos preços foi de 7,89%, com o valor da saca a R$ 20,50 no último dia do mês.

O consultor de mercado, Flávio França Jr., explica que, as cotações têm registrado valorizações, em pleno movimento de colheita no Brasil. Os ganhos são reflexos da reação dos preços em Chicago e do câmbio, o que acabou elevando os valores nos portos do país e, consequentemente, alcançou também os preços do mercado interno.

"Temos um mercado de milho remunerador para a safra disponível. Já a safrinha, as cotações também melhoraram entre R$ 1,00 a R$ 2,00 nas últimas semanas. Altas desse tipo nos chamam atenção, já que temos números de estoques elevados, algo próximo entre 7 milhões a 8 milhões de toneladas. Os produtores devem aproveitar esses valores", diz Jr.

Paralelamente, o consultor também sinaliza que a safra brasileira, entre primeira e segunda safra, poderá totalizar entre 74 milhões a 75 milhões de toneladas. "Isso implica em uma necessidade de exportação ao redor de 20 milhões de toneladas, para manter os estoques estáveis. Durante o ano, teremos possibilidade de alta nos preços do milho, mais do que no caso da soja. Porém, a recomendação é que os produtores façam médias", orienta.

BM&F Bovespa

As principais posições do milho na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta sexta-feira com leves quedas. Os contratos exibiram desvalorizações entre 0,10% e 0,51%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 29,60 a saca. 

O mercado foi pressionado pela queda observado no dólar ao longo do dia. A moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,8560 na venda, com queda de 1,01%. Na máxima do dia, o câmbio chegou a R$ 2,9211. Em fevereiro, o dólar subiu 6,19%, conforme dados da agência Reuters. Os analistas ressaltam que os preços na BM&F buscam uma linha mais próxima com os valores dos portos.

Bolsa de Chicago

A semana foi de leve alta aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), com ganhos entre 1,59% e 1,81%. Os últimos dias também foram de volatilidade aos contratos do cereal, porém, nesta sexta-feira (27), os preços subiram entre 4,50 e 4,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,84 por bushel e o julho/15 retomou o patamar dos US$ 4,00 por bushel, negociado a US$ 4,01 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais, os preços foram impulsionados pelos ganhos observados no trigo, que subiram mais 11 pontos no mercado internacional. Por sua vez, as cotações do trigo foram sustentadas pelas preocupações com o clima mais frio nas principais regiões produtoras dos Estados Unidos, que poderá comprometer as lavouras.

Além disso, nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 140 mil toneladas de milho para a Arábia Saudita. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15.

Segundo os analistas, o mercado do cereal ainda opera de forma bastante técnica e também acompanhando os preços do petróleo e também os dados sobre a produção de etanol no país. Durante essa semana, os preços do milho recuaram com o reporte da agência americana de energia indicando uma redução na produção do  biocombustível em 1,8% e os estoques subiram para 21,6 milhões de barris, até a semana encerrada no dia 20.

Ainda essa semana, o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) estimou a produção mundial de milho da safra 2015/16 em 938 milhões de toneladas. O número representa uma queda de 5% em comparação com a última estimativa, de 992 milhões de toneladas.

"Apesar da queda na produção de milho, os estoques pesados do início da temporada devem garantir grandes disponibilidades globais. E embora uma forte demanda seja prevista, especialmente para a alimentação, os estoques finais deverão permanecer confortáveis", informou o IGC. 

Veja como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO

Confira a evolução dos preços no mercado interno em fevereiro:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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