Milho: Preços operam em alta na CBOT; No Brasil, vendas seguem lentas

Publicado em 08/04/2014 13:07

Os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leves altas nesta terça-feira (8). Ao longo das negociações, as cotações futuras reverteram às perdas e, por volta das 11h59 (horário de Brasília) apresentavam ligeiros ganhos entre 0,75 e 3,00 pontos. Todos os vencimentos operam acima dos US$ 5,00 por bushel e, o contrato maio/14, era cotado a US$ 5,02 por bushel.

Do lado fundamental, o cenário permanece positivo aos preços da commodity em Chicago. Frente à redução na área cultivada com o milho na próxima temporada 2014/15 nos EUA, a demanda pelo produto norte-americano segue firme. Nesta segunda-feira (7), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas semanais, na semana encerrada no dia 4 de abril, em 1.310,564 toneladas. Desde o início do ano safra, em 1º de setembro, as vendas totalizam 23.721,666 toneladas.

Outro fator que deve exercer influência sobre as cotações futuras do cereal, são os números do novo relatório de oferta e demanda que será anunciado pelo departamento nesta quarta-feira (9). Para os estoques finais de passagem da safra mundial 2013/14, a expectativa dos investidores é que haja uma redução e os números passem de 158,47 milhões de toneladas, divulgadas em março, para 157,9 milhões de toneladas, ainda assim, o número é superior ao registrado na última safra 2012/13, de 134,67 milhões de toneladas. 

Os estoques norte-americanos também deverão apresentar um reajuste para baixo, segundo as estimativas dos participantes do mercado. O número deve ficar em 35,64 milhões de toneladas, contra 36,98 milhões de toneladas reportadas no relatório anterior. Na safra 2012/13, o número anunciado ficou em 20,85 milhões de toneladas.

Ainda na visão dos investidores, o departamento deverá reduzir a safra brasileira de milho, de 70 milhões de toneladas previstas em março, para 69,8 milhões de toneladas. Em contrapartida, a safra da Argentina deverá apresentar um leve aumento para 24,1 milhões de toneladas. O número anunciado anteriormente foi de 24 milhões de toneladas. 

Paralelo a esse quadro, o clima nos Estados Unidos começa a ganhar mais atenção do mercado, uma vez que, caso as condições sejam desfavoráveis poderão comprometer o plantio da safra 2014/15 no país. Nesta segunda-feira, as previsões indicando tempo favorável em partes do Meio-Oeste norte-americano pesaram sobre os preços futuros, segundo informou a agência internacional Bloomberg.

BMF&Bovespa

Os contratos futuros do milho negociados na BMF&Bovespa trabalham do lado negativo da tabela nesta terça-feira (8). Segundo analistas, os produtores rurais brasileiros estão segurando as vendas à espera de preços mais altos. E no momento também, o foco é a comercialização da soja. Mas, ainda assim, a perspectiva é que os agricultores ainda tenham boas oportunidades para comercializar a produção de milho. 

Diante dessa situação, a negociação da safra segue em ritmo lento no país. No Mato Grosso, a comercialização da safrinha chegou a 11,5% até abril, conforme apontou o Imea (Instituto de Economia Agropecuária) nesta terça-feira. Até março foram vendidas cerca de 2 milhões de toneladas, com preço médio de R$ 14,50 a saca.

Já no Paraná, a comercialização da segunda safra alcançou o patamar de 2%, segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural). No mesmo período do ano passado o volume negociado era de 5%. 

No mercado interno, após as altas expressivas desde o início do ano, os preços do cereal estão um pouco mais baixos, conforme dados do levantamento da Scot Consultoria. As cotações foram pressionadas pelo avanço da colheita da safra de verão e o término do plantio da safrinha. Apesar do recuo, a médio e longo prazo, a redução na área cultivada nos EUA e diminuição na área cultivada com a safrinha no Brasil, ainda são fatores altistas.

Nesta terça-feira, a saca do milho é negociada a R$ 33,00 em Campinas (SP) CIF, em Campo Mourão (PR), o valor é de R$ 27,00. Em Rondonópolis (MT), a saca é negociada a R$ 24,00, já em Rio Verde (GO), o preço é de R$ 26,00. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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