Brasil busca US$ 1 bi em ajuda externa para conter desmatamento na Amazônia em até 40%, diz Salles
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o Brasil quer 1 bilhão de dólares em ajuda externa de países como os Estados Unidos para ajudar a reduzir o desmatamento na Amazônia entre 30% e 40%, segundo entrevista publicada neste sábado no jornal O Estado de S. Paulo.
“O plano é 1 bilhão de dólares em 12 meses”, disse o ministro ao jornal. “Estamos pedindo aos EUA. Para a Noruega, foi perguntado se querem colaborar. Por 12 meses vamos alocar esse dinheiro e isso poderá gerar redução de 30% a 40% do desmatamento”.
O Brasil tem sido amplamente criticado por não conter o desmatamento na Amazônia, à medida que o presidente Jair Bolsonaro defende a exploração dos recursos econômicos da floresta.
O desmatamento da Amazônia ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi o maior em 12 anos. Áreas equivalentes a sete vezes o tamanho de Londres foram destruídas.
A destruição nos últimos meses foi ligeiramente menor do que no ano anterior, embora ainda perto de níveis históricos para uma época do ano em que a extração de madeira tradicionalmente diminui.
Segundo Salles, um terço do dinheiro seria usado para financiar ações de combate direto ao desmatamento, enquanto os dois terços restantes seriam usados para o desenvolvimento econômico, para dar oportunidades alternativas às pessoas que atualmente se beneficiam da exploração da floresta.
EUA estão “esperançosos” de que podem trabalhar com China sobre clima, diz Kerry
DUBAI (Reuters) - O enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, afirmou que o país está esperançoso de que pode trabalhar com a China para combater as mudanças climáticas, apesar de velhas discordâncias que afetaram as relações bilaterais entre as duas nações.
“Nossa esperança é que conseguiremos lidar com a China, sim”, disse Kerry a repórteres durante uma visita à capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, neste sábado.
“O presidente Biden deixou claro e eu deixei claro: nenhuma das outras questões que temos com a China --e elas existem-- será refém ou será envolvida em uma troca pelo que precisamos fazer sobre o clima”.
As relações entre China e EUA ficaram tensas nos últimos anos por divergências cobre comércio, o tratamento da China à minoria uighur e também sobre as ações chinesas sobre Taiwan e Hong Kong.
A China prometeu se tornar neutra em carbono até 2060, e o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, deve anunciar um novo objetivo para reduzir as emissões em uma cúpula global do clima em 22 de abril.
Kerry participará de reuniões sobre o clima para o Oriente Médio e o norte da África sediadas em Abu Dhabi neste domingo.
Os Emirados Árabes disseram que o diálogo seria focado em preparações nacionais e regionais antes da cúpula do clima da Organização das Nações Unidas em Glasgow no próximo mês de novembro.
Kerry disse que países discutiriam como reduzir a dependência do carvão e também como “aumentar as ambições” em relação às mudanças climáticas antes da conferência de novembro.
“Eu acho que as próximas gerações estão gritando para cumprirmos nossa promessa”, acrescentou.