Sistema CNA/Senar debate contribuição do agro para reduzir emissões de gases do efeito estufa
O Sistema CNA/Senar promoveu uma live, na quarta (15), para debater as contribuições do agro brasileiro para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Os participantes do debate mostraram que o Brasil é hoje um dos maiores exportadores de alimentos do mundo graças ao investimento dos produtores rurais em tecnologias para aumentar a produtividade em uma mesma área e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.
“As mudanças climáticas são um desafio para o agro, mas estamos trabalhando para que o produtor rural adote cada vez mais tecnologias sustentáveis de produção. A adoção de tecnologias possibilita ao produtor elevar sua produtividade ao mesmo tempo que contribui para redução nas emissões.”, afirmou o Mateus Tavares, coordenador do Projeto ABC Cerrado.
Segundo dados apresentados na reunião virtual, o Brasil usa hoje apenas 7% de área para agricultura e aproximadamente 25% para pastagens, preservando mais de 60% da vegetação nativa do País.
“Existem alguns desafios para implementação das tecnologias ABC como capacidade de gestão, conhecimentos técnicos e recursos. Entretanto, os dados de acesso à linha de crédito do Programa ABC do BNDES mostram um aumento na tomado de crédito e expansão da área com tecnologias ABC, sobretudo a Recuperação de Pastagens Degradadas e o Sistema Plantio Direto.” ressaltou Tavares.
Ele acrescentou que o trabalho de capacitação e assistência técnica e gerencial do Senar faz toda a diferença para esse produtor, ao receber mensalmente um técnico para acompanhar o desenvolvimento da propriedade.
“A assistência técnica é uma das principais formas do produtor investir na adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono. No Projeto ABC Cerrado, por exemplo, percebemos o efeito ‘poupa terra’, onde foi possível potencializar a produção em uma mesma área, passando de 1,5 para 3,5 unidade animal por hectare.”
O coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Filho, abordou a resiliência da agropecuária brasileira e afirmou que todo o investimento em tecnologias produtivas, feito ao longo dos anos, proporcionou vantagem competitiva ao produtor rural, além de mostrar ao mundo que o agro brasileiro é sustentável.
“Passamos da preocupação de produzir em volume para produzir em volume e qualidade, tornando a agricultura cada vez mais eficiente e sustentável. O investimento em tecnologias deve nos trazer um retorno não apenas comercial, mas também como um grande prestador de serviços ambientais.”
Com as práticas sustentáveis, o coordenador da CNA acredita que o Brasil irá alcançar as metas voluntárias de redução dos gases de efeito estufa que passarão, a partir do ano que vem com o Acordo de Paris, a ser obrigatórias dentro da Política Nacional de Mudanças Climáticas brasileira.
“Estamos batendo metas de mais de 100% de tecnologias propostas já implantadas. Temos 70% de área de recuperação de pastagens, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) 146%, Sistema Plantio Direto 125% e Fixação Biológica de Nitrogênio 181%. A gente precisa avançar ainda em Florestas e Tratamento de Dejetos Animais. Mas não existe um outro país no mundo que mobilizou tanto recurso e tanto esforço para esse tipo de ação como o Brasil.”
Segundo Nelson Filho, a CNA tem propostas para que o agro reduza ainda mais as emissões de gases de efeito estufa como incentivar estudos de adaptação de plantas aos novos cenários de aquecimento, criação e adoção de tecnologias que melhorem o balanço das emissões, inclusão da irrigação, investimento em logística, acesso a recursos, além da implementação da assistência técnica e promover o reconhecimento da agropecuária brasileira como a de menor 'pegada de carbono'.
“Caminhamos para uma agricultura cada vez mais eficiente. Mas para isso precisamos levar cada vez mais tecnologias e assistência técnica aos pequenos e médios produtores rurais brasileiros.”