Mourão indica que navio é origem do petróleo que atinge Nordeste
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um navio que liberou petróleo no mar seria a causa das manchas de óleo que atingem as praias do Nordeste desde o início de setembro, disse nesta quarta-feira o presidente em exercício, Hamilton Mourão, para quem a investigação sobre o tema está perto de ser concluída.
Segundo Mourão, há uma boa chance de o governo anunciar a conclusão das investigações indicando o navio responsável ainda esta semana.
Para o presidente em exercício, uma possibilidade é que o vazamento tenha ocorrido durante uma "ejeção de porão", quando o navio libera o óleo no mar, possivelmente para resolver um problema de estabilidade.
"Acho que o cara fez uma ejeção de porão pela quantidade de óleo lançado, mas acho que temos que ir ao navio", comentou ele, segundo áudio divulgado pela assessoria de imprensa de Mourão.
Ele explicou que muitas vezes o comandante da embarcação tira um pouco do óleo, se está com problema de estabilidade.
"Nossa investigação está chegando lá. Estamos aguardando o presidente (Jair Bolsonaro) chegar... A gente sempre aprende no quartel o seguinte: notícias boas é o comandante que dá...", disse ele, lembrando que o presidente está no exterior.
Mourão recebeu nesta quarta-feira o comandante da Marinha, o almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, que deu detalhes sobre a investigação, segundo informação da Agência Brasil.
O presidente em exercício disse que o resultado da investigação será anunciado quando o governo tiver "100% de certeza", mas indicou que a embarcação não seria um "dark ship", ou "navio fantasma", que navega em águas internacionais sem o sistema de identificação.
"Acho que ele (o navio) não é ilegal", disse Mourão. "Nessa investigação nós levantamos que vários 'dark ship' cruzaram aquela área, mas nenhum deles estava transportando óleo."
Segundo o presidente em exercício, as apurações indicam que o "transponder" do navio não estaria desligado durante o vazamento.
Questionado se o governo vai exigir algum tipo de reparação, Mourão disse que sim.
"Tem que cobrar, tem que multar. Existe uma legislação do mar em relação ao meio ambiente", disse.
(Por Rodrigo Viga Gaier; texto de Roberto Samora)