São Paulo envia helicóptero para combater incêndio no pantanal do MS

Publicado em 22/09/2019 13:49

O governo do estado de São Paulo enviou, nesta manhã (21), um helicóptero da Polícia Militar (PM) para ajudar no combate ao incêndio de grandes proporções que já atingiu mais de um milhão de hectares em Mato Grosso do Sul (MS), segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil

O governo estadual decretou situação de emergência devido ao alto índice de incêndios florestais.

O helicóptero partiu da base aérea de Araçatuba, no interior de São Paulo, com uma equipe completa do corpo aéreo da PM paulista - dois pilotos, dois tripulantes e um mecânico - na aeronave equipada com caçamba de combate a incêndio com capacidade de 545 litros de água por lançamento.

Após pedido de auxílio do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, o governador João Doria autorizou. na noite de ontem (21), o envio de ajuda.

De acordo com a assessoria, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, manteve contato telefônico com Doria e com o comandante do Comando Militar do Oeste (CMO), general Lourival Carvalho, expondo a gravidade da situação das queimadas no estado. Outro helicóptero do Exército também foi cedido para combater o fogo.

A maior dificuldade no momento, segundo com assessores, é o acesso restrito dos brigadistas aos pontos de fogo na região do Pantanal. A força-tarefa para combate ao incêndio também tem o apoio do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

Incêndios já destruíram ao menos 61 mil hectares no Paraguai

As chamas já destruíram ao menos 61 mil hectares de vegetação no Paraguai, informou hoje a Secretaria de Emergência Nacional. Segundo a instituição responsável por coordenar as ações de redução e gestão de riscos causados por desastres naturais, as regiões mais afetada pelos incêndios estão próximas à fronteira com o Mato Grosso do Sul, no Brasil.

De acordo com a secretaria, os maiores focos de incêndios estão na região de Chovoreca, onde está localizado o parque nacional de mesmo nome, e da cidade de Bahia Negra, na tríplice fronteira Paraguai-Bolívia-Brasil. Além destes, o Instituto Florestal Nacional registrou outros 71 focos de incêndios se expandindo pelo território do Chaco.

Na semana passada, o ministro da Secretaria de Emergencia Nacional, Joaquín Roa, chegou a anunciar a extinção dos incêndios em Chovoreca e em Bahía Negra. Hoje, contudo, o próprio Roa declarou a jornalistas paraguaios que, ontem a tarde, o fogo se reavivou nas duas localidades.

Em nota, o Instituto Florestal Nacional informou que, com base em imagens obtidas por satélites, estima que só na região do Monumento Natural Cerro Chovoreca foram “afetados” cerca de 14 mil hectares (cada hectare corresponde, aproximadamente, ao tamanho de um campo de futebol oficial). Criado em 1998, no estado de Alto Paraguai, o monumento é classificado como uma área silvestre protegida e tem quase 101 mil hectares de vegetação a ser preservada.

Já nas cercanias da cidade de Bahía Negra, no mesmo estado, as chamas afetaram a aproximadamente 47 mil hectares. A área mais atingida fica próxima à Área Protegida Privada Três Gigantes, no Pantanal, praticamente na fronteira com o Brasil e com a Bolívia. O instituto não divulgou o tamanho da área queimada nas outras 71 localidades.

O governo chileno cedeu um avião-tanque para auxiliar as autoridades paraguaias a tentar apagar os incêndios. Segundo a Secretaria de Emergência Nacional, após ter debelado outros focos de incêndio em Toro Pampa, a aeronave deve começar a atuar na região de Chovoreca, auxiliando os bombeiros e guarda-parques que há dias atuam em solo, com o apoio de um helicóptero. Outro avião-tanque e outro helicóptero devem chegar ainda hoje a Bahía Negra.

Na nota que divulgou, o Instituto Florestal paraguaio lembra que as regiões mais afetadas se caracterizam por estar em zonas secas e semi-secas, o que contribui para que o fogo se espalhe mais rapidamente. O instituto apela à “consciência cidadã” ao pedir a ajuda da população para prevenir os incêndios. E lembra da existência de leis que regulam e punem a realização de queimadas de pastos, bosques e campos que resultem em incêndios sem controle.

“É comum a prática da queima de pastos e de mato para preparar o solo para as atividades da agropecuária. A diferença, este ano, é que isto tem ainda maior repercussão devido aos incidentes que estão acontecendo nos países vizinhos e que são de conhecimento público”, acrescenta a nota, sem especificar a que países se refere. Brasil e Bolívia, no entanto, lutam há semanas para conter incêndios florestais em seus territórios.

Ontem, o Ministério Público do Paraguai instaurou um procedimento para investigar denúncias de que, há alguns dias, a queima intencional de pastos de duas fazendas localizadas a cerca de 30 quilômetros de Bahía Negra resultaram em um grave incêndio.

Fonte: Agência Brasil

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