Chega a 142 número de mortes confirmadas em rompimento de barragem em Brumadinho
(Reuters) - Subiu para 142 o número de mortos em decorrência do rompimento da barragem operada pela Vale em Brumadinho (MG), informou a Defesa Civil de Minas Gerais nesta terça-feira.
De acordo com o órgão, ainda existem 194 pessoas desaparecidas após o desastre, que ocorreu no dia 25 de janeiro. A Defesa Civil disse ainda que dos corpos resgatados, 122 já foram identificados pelas autoridades.
A barragem de rejeitos de mineração da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, lançou uma onda de lama que devastou o centro administrativo da Vale, incluindo um refeitório onde várias pessoas almoçavam.
Também foram atingidas e destruídas uma pousada que ficava na região e partes da cidade de Brumadinho.
Vale diz ter feito doação de R$10,7 mi a representantes de vítimas até o momento
SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale informou nesta terça-feira que já realizou até o momento doações no valor total de 10,7 milhões de reais, ou 100 mil reais a cada representante de 107 vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), recursos que devem ajudar a minorar os problemas dos atingidos no curto prazo.
A empresa disse que já registrou, entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, 248 representantes de 229 falecidos e desaparecidos pelo rompimento da barragem, para o processo de pagamento de doação.
Em nota, a companhia ainda ressaltou que a doação não é relacionada a qualquer potencial indenização devida, "que será discutida em detalhe com as famílias e representantes do poder público".
O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Luciano Siani, havia anunciado a doação na semana passada.
A Vale ainda não estipulou prazo para encerramento dos registros das vítimas elegíveis a receber a doação.
Estão aptos a receber representantes de empregados da Vale, de trabalhadores terceirizados e de pessoas da comunidade falecidos ou desaparecidos, conforme lista oficial validada pela Defesa Civil.
CONTENÇÃO DA LAMA
Em outro comunicado, a Vale informou que entrou em operação nesta terça-feira a terceira membrana de contenção instalada no rio Paraopeba, que visa proteger o sistema de captação de água de Pará de Minas, município localizado a 40 km de Brumadinho, onde uma barragem se rompeu ao final de janeiro, lançando rejeitos de mineração no manancial.
O objetivo das barragens é garantir o abastecimento de água da região. Em 46 pontos ao longo do rio Paraopeba até a foz do rio São Francisco, a Vale continua também fazendo o monitoramento da água e de sedimentos, acrescentou.
O rejeito que vazou da barragem está concentrado nos córregos Feijão e Carvão e na sua confluência com o Paraopeba, disse a empresa.
Vale declara força maior para entrega de minério de ferro
ÃO PAULO (Reuters) - A Vale informou nesta terça-feira que declarou força maior em uma série de contratos de venda de minério de ferro e de pelotas, após decisão judicial na véspera que determinou a paralisação de barragens em Minas Gerais, com impacto na produção da mina de Brucutu.
A empresa não informou o volume de contratos afetados pela força maior, um instrumento invocado quando uma das partes não consegue cumprir um acordo por um evento imprevisto.
A redução na entrega de minério de ferro pela Vale, maior produtora global da commodity, tem potencial de sustentar mais o mercado do produto, que registrou na China máximas de vários meses recentemente, com operadores reagindo aos desdobramentos do rompimento de uma barragem operada pela mineradora em Brumadinho (MG).
A decisão judicial de segunda-feira tem potencial de reduzir a produção de minério de ferro da empresa em uma escala de aproximadamente 30 milhões de toneladas por ano, o equivalente a 7,5 por cento da extração projetada pela companhia em 2019.
Com a declaração de força maior, empresas esperam não responder pelos prejuízos do não cumprimento do contrato.
A barragem de Laranjeiras, da mina Brucutu (complexo de Minas Centrais), está entre aquelas em que a Justiça determinou que a empresa se abstenha de lançar rejeitos ou praticar qualquer atividade potencialmente capaz de aumentar os riscos.
"A Vale reforça seu entendimento de que não existe fundamento técnico ou avaliação de risco que justifique a decisão de suspender a operação e está adotando as medidas judiciais cabíveis para retomar suas operações o mais rápido possível", disse a companhia.
Analistas na segunda-feira disseram que, se as operações em Brucutu forem de fato suspensas por um longo período, há a expectativa de impacto negativo nos embarques de minério de ferro da Vale, já que a flexibilidade operacional da empresa não seria suficiente para suportar a perda de produção.
Isso porque a empresa já havia anunciado que paralisaria 40 milhões de toneladas, para acelerar o processo de descomissionamento de barragens a montante.