Militares financiados por Noruega e Alemanha atuarão na Amazônia (no blog Ambiente Inteiro)
O Ministério da Justiça e Segurança Pública prorrogou por mais 180 dias as ações da Força Nacional na Amazônia. A força militar é parcialmente financiada por fundos noruegueses e alemães. A medida, assinada pelo Ministro Torquato Jardim atende o pedido do Ministério do Meio Ambiente para continuar a operação de defesa da floresta amazônica contra as ações do povo da Amazônia.
A ação chamada “Onda Verde” aconteceria, inicialmente, entre julho a outubro de 2017, em Novo Progresso, Sudoeste do estado do Pará. No entanto, as equipes foram transferidas para outras regiões e para o Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas.
“As ações também têm apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e dos órgãos locais de segurança pública dos estados”, disse em nota o secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos Alberto Santos Cruz. Veja também: Atuação da Noruega na Amazônia incomoda o Exército Brasileiro
Desmatamento na cidade de São Paulo favorece mosquitos vetores
A redução de áreas verdes nas cidades é terreno fértil para mosquitos vetores de doenças, como o Aedes aegypti (dengue) e o Culex quinquefasciatus (filariose linfática). Mais adaptados às áreas urbanas, eles são favorecidos pelo declínio da população de outras espécies de mosquitos.
Um estudo publicado pela revista Scientific Reports explica que enquanto a maioria das espécies de mosquitos mostram preferência por tipos específicos de habitats larvais e são muito sensíveis às mudanças ambientais, alguns tendem a prosperar em ambientes com impacto humano, como as áreas urbanas. Com isso, vetores de patógenos que causam doenças em humanos acabam sendo beneficiados adaptativamente.
O município de São Paulo é um exemplo e serviu como cenário para a pesquisa. Dos insetos coletados no estudo em nove parques municipais da cidade, 68% pertenciam a cinco espécies: Culex nigripalpus, Aedes albopictus, Cx. quinquefasciatus, Ae. fluviatilis e Ae. scapularis. Outras espécies de vetores – Cx. declarator, Ae. aegypti, Cx. chidesteri, Limatus durhami e Cx. lygrus – também foram encontradas com maior frequência nos parques urbanos.
Esses resultados sugerem que existe uma relação área-espécie, uma vez que as maiores áreas têm maior diversidade de habitat, são metas maiores para os colonizadores e mantém populações maiores, tornando as espécies menos vulneráveis à extinção. Sete das oito espécies mais comumente encontradas são consideradas vetores de agentes patogênicos humanos, sugerindo uma possível ligação entre a perda de espécies e o aumento do risco de transmissão de patógenos.
Não é possível afirmar com certeza se há um maior risco de transmissão de patógenos, mas sim uma possibilidade maior de contato entre os mosquitos vetores e humanos. O que o estudo mostra é que existe um desequilíbrio, áreas menores e menos preservadas têm menor diversidade de espécies.
Na pesquisa, os autores apontam para a necessidade de se realizar mais trabalhos que busquem entender como a perda de espécies pode afetar o risco de doenças infecciosas em áreas urbanas. (*Com informações da Agência FAPESP).
Da morte do Rio Doce ao surto da Febre Amarela
Seguem as ações de repressão contra o povo pobre da Amazônia (blog Ambiente Inteiro)
Agentes de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Policia Militar do Estado do Amazonas realizaram a Operação Cutipiã no município de Boca do Acre, um dos mais pobres do estado. A ação resultou em multas de R$ 950 mil e aproximadamente 95 hectares de áreas embargadas.
O coordenador da ação fiscalizatória, Abílio Ikeziri, informou que as ações de repressão na região serão intensificadas, com objetivo de proteger o patrimônio natural da população local. “Coibir os ilícitos ambientais na Amazônia é fundamental para a garantir a preservação dos recursos da biodiversidade para as futuras gerações”, afirma Abílio.
Sustentabilidade para quem?: Distâncias encarecem o custo de vida no Amazonas
Com 2,1 milhões de habitantes, Manaus é a sétima cidade mais populosa do país e figura entre as capitais brasileiras com o maior custo de vida. Itens como alimentação e bebida, moradia e transporte costumam abocanhar boa parte da renda do manauara. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-Am), Francisco Mourão Júnior, distante de grandes centros urbanos, Manaus desembolsa um frete alto para receber produtos que não são fabricados na região.
“Nessa questão temos a produção de alimentos, que não supre a nossa demanda sendo necessário a vinda de produtos de fora e esse processo é encarecido devido a dificuldade logística do Amazonas”, afirma Mourão Júnior.
Segundo o último levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE), o consumidor amazonense gastou cerca de R$ 1.042,41 com alimentos que compõem a cesta básica durante dezembro de 2017. Esse valor equivale a aproximadamente 1,11 vezes o salário mínimo bruto, na ocasião fixado pelo governo federal em R$ 937.
Outra explicação, segundo ele, são serviços de transportes e a cobrança desigual do valor de combustíveis em comparação a outras regiões do país. “Se tivéssemos a combinação de metrô e ônibus como em outros Estados brasileiros, poderia se pagar bem menos. Também pesa o fato da Petrobras igualar os preços dos combustíveis a nível mundial, o que aumenta os nossos custos, onde o interior é mais penalizado”, disse o economista.
“Além disso, não temos políticas públicas para desenvolver economicamente a parte regional, o que nos dá a sensação de termos um dos maiores custos de vida do país”, acrescenta.
O especialista defende ainda a abertura da BR-319 como possível alternativa para a região, uma vez que segundo ele, permitiria escoar produção local e receber insumos via rodovia, além de conectar o Amazonas ao restante do Brasil. “Estamos isolados, seria um impacto muito forte e acredito que reduziria em até 40% o custo de vida local, sem contar que traria maior desenvolvimento regional”, frisou.
Em relação a capital amazonense está entre os municípios com maior geração de riquezas no país em 2015, ao atingir R$ 67,1 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mourão Júnior explica que, a maior parte desse recurso não ficou em Manaus.
“Essa riqueza é gerada pelas empresas do Distrito Industrial, que enviam a maior parte dos lucros para suas matrizes no exterior, enquanto, aqui ficam apenas os impostos e a mão de obra”, conclui o presidente do Corecon-Am. A cidade também figura entre os 100 municípios brasileiros com os maiores PIB (Produto Interno Bruto).
Manaus x Belém
Com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) embora o acesso de Manaus seja mais difícil, pois leva em consideração o transporte hidroviário e aéreo em alguns casos, o custo de vida dos moradores locais está bem relacionado com as pessoas que moram na capital paraense, informou o IBGE.
“Os custos de alguns itens são bem parecidos. Alimentação que é um dos maiores pesos no custo de vida, flexionou bem acentuadamente durante o ano de 2017(-4,2%), principalmente a comida feita e consumida em casa. Isso reflete muito porque todas as pessoas, independente de sua condição financeira, fazem uso de alimentação”, ressaltou o supervisor de informações do IBGE-AM, Adjalma Jacques.
Segundo os dados, houve grupos de produtos e serviços que contribuíram para o aumento de inflação como: habitação (6,3%), transporte (5,4%) e educação (6,3%). Mas, no índice geral o indicador de 1,14% em Belém, ficou bem abaixo da média nacional de 2,95%. “Quando acompanhamos na mídia outros indicadores de custo de vida em Manaus, principalmente na questão da alimentação, percebemos que os resultados estão bem próximos de capital paraense”, finaliza. No ano, alimentação e artigos de residência foram os únicos itens que caíram (1,87%) e (1,48%), respectivamente.
Custo de vida é maior nas grandes metrópoles
Numa pesquisa feita pela consultoria Mercer que analisou o quanto um morador desembolsa para viver em algumas capitais brasileiras, Manaus ocupou a segunda colocação no ranking. Na ocasião do levantamento, na capital do Amazonas, o salário médio do trabalhador era de R$ 1.658.
Em relação a comida, o desembolso chegou a 5% superior em São Paulo, que foi considerada a capital mais cara do país pelo estudo. Além da questão geográfica, a diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foi apontados como fatores que encareceram o custo de vida regional.
Texto de Hellen Miranda do Portal Amazônia/Jornal do Commercio e imagem de Marcelo Camargo/Agência Brasil