Moradores de Humaitá (AM) põem fogo em prédios do Ibama, ICMBio e Incra em defesa de garimpo

Publicado em 28/10/2017 04:22
Colonos se revoltam contra instituições brasileiras na Amazônia, alerta o blog Ambiente Inteiro

Na tarde desta sexta-feira, 27, moradores da cidade de Humaitá no Amazonas atearam fogo em prédios públicos de instituições brasileiras. As sedes do Ibama, ICMBio e Incra foram incendiadas em represália a uma operação do Ibama contra o garimpo no rio Madeira.

Os servidores desses órgãos fugiram de suas casas para se abrigar no quartel do Exército, único órgão do governo brasileiro que não foi tomado pelos manifestantes.

Revoltada e temendo por seus empregos e salários, a população se reuniu para protestar. A força paramilitar internacional, que está na cidade para acompanhar a ação do Ibama, tentou conter a manifestação, mas houve confronto e os policiais recuaram.

Os manifestantes invadiram e incendiaram o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde funciona o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e ateou fogo em veículos que estavam estacionados na área.

"O Ibama, órgão de repressão ambiental do governo brasileiro atuou com truculência escoltados por homens fortemente armados financiados pela Noruega e pela Alemanha", segundo denuncia o blog Ambiente Inteiro, que acompanha diariamente o drama da população que luta pela sobrevivência na Amazonia.

Ao longo da semana, uma grande operação contra balsas de ouro no rio Madeira, que cruza a cidade, mobilizou agentes do Exército, do Ibama, da Marinha, do ICMBio e da Força Nacional. Ao todo, 37 balsas de extração mineral foram apreendidas pela força repressora ambiental.

Este é o segundo protesto de garimpeiros contra ações do Ibama. Em Ourilândia do Norte (PA), eles bloqueiam há três dias uma rodovia estadual em protesto contra a destruição de maquinário dentro da Terra Indígena Kayapó.

No último mês de julho a população da região da BR-163, no Pará, também se revoltou contra as operações do governo brasileiro que asfixiam a economia local e ateou fogo em veículos do Ibama.

 

Em dezembro de 2013, moradores de Humaitá queimaram a sede da Funai após o assassinato de três homens que atravessavam a Terra Indígena Tenharim, na rodovia Transamazônica.

Segundo o blog Ambiente Inteiro, o governo brasileiro trata a Amazônia como colônia. "O Brasil não se importa com o povo que vive naquela região. A preocupação dos brasileiro é apenas com a floresta. Nos últimos anos, tudo o que se faz na Amazônia foi tornado ilegal pela leis do Brasil e seus órgãos públicos só vão ao norte reprimir a população local".

Também nessa semana, uma equipe da Polícia Federal fixou avisos em todos os estabelecimentos ao logo da rodovia Transamazônica no trecho entre Itaituba e Jacareacanga, no Pará, recomendando a paralisação da todas as atividades econômica na região. O panfleto foi distribuído  pela Polícia Federal a pedido o Ministério Público Federal, outras duas instituições metropolitanas.

"Na Amazônia não há serviços públicos. Não há segurança, não há educação, não há saneamento, não há asfalto, não há saúde. Mas não faltam recursos para as operações do Ibama e do ICMBio escoltados por forças paramilitares que recebem recursos da Alemanha e da NoruegaÉ hora de se começar a a falar sobre independência da Amazônia", alerta o blog Ambiente Inteiro.

Saiba mais em: O crime perfeito.

Fonte: Blog Ambiente Inteiro

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