COP 21: Mato Grosso estabelece meta de zerar desmatamento ilegal até 2020
O governo de Mato Grosso anunciou nesta segunda (7), em Paris, um plano ousado para diminuir as emissões de carbono do Estado. A meta que mais chamou a atenção foi a de desmatamento: zerar derrubadas ilegais até 2020.
O objetivo é mais ambicioso que a proposta do governo federal na COP21, que fala em acabar com o desmate ilegal apenas em 2030. E o custo do plano de MT é salgado: US$ 10 bilhões (R$ 39 bilhões) ao longo de 15 anos.
Só com dinheiro do Estado não vamos conseguir. Precisamos do setor privado", diz o governador Pedro Taques.
Taques, do PSDB, afirma que a devastação cairá no Estado mesmo sem investimentos privados, ainda que não na proporção esperada. "Só comando e controle [fiscalização] não dá", diz ele.
Mato Grosso teve uma das altas mais acentuadas no deflorestamento em 201415. Na Amazônia legal, a taxa de aumento foi de 16% (para 5.831 km², mais que o triplo da área do município de São Paulo), enquanto no Estado o salto foi de 40% (para 1.508 km²).
Antes do salto, porém, MT derrubara a taxa de destruição de 11 mil km²/ano para cerca de 1.000. Ocorreu o mesmo em quase toda a Amazônia (queda de cerca de 80%). Na apresentação dos dados oficiais do desmate, em novembro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, culpou os governos estaduais pela piora do indicador.
Em Paris, a ministra firmou um "Compromisso pelo Desmatamento Ilegal Zero" com Acre e Mato Grosso. E disse que MT tem a "responsabilidade nacional e global, como produtor de alimentos, de aliar produção e proteção".
O plano de Taques, elaborado com a participação de ONGs e associações do agronegócio, não se limita a desmatamento.
A meta geral é cortar emissões do Estado em total equivalente a 6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO ), até 2030, o mesmo que quatro anos de emissões de todos os setores da economia brasileira.
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