Agronegócio sofre com logística cara e ineficiente no Centro-Oeste

Publicado em 06/05/2010 15:57
As dificuldades e os custos altos para escoar a produção agrícola do Centro-Oeste foram os assuntos mais discutidos no fórum promovido pelo jornal O Estado de S.Paulo. O terceiro evento da série Fóruns Estadão Regionais debateu o crescimento do agronegócio nessa região do Brasil, uma das maiores produtoras de grãos do mundo, e contou com a participação de lideranças como os ex-ministros da Agricultura Reinhold Stephanes e Alysson Paulinelli e a senadora Kátia Abreu, além de representantes dos produtores, dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, do setor de infraestrutura de transportes e de produção de etanol.

“Infraestrutura é um problema bastante grave nesse setor”, afirmou Stephanes. Para transportar a produção do Centro-Oeste, principalmente de algodão e de milho, e embarcá-las nos portos, gasta-se mais de R$1 bilhão por ano – “um custo bastante elevado”, segundo o ex-ministro. “A logística no Centro-Oeste é a mais cara do mundo”, afirmou Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja). Para ele, a questão da infraestrutura de escoamento é o principal problema do agronegócio na região, exemplificado com o caso do município de Sorriso: de lá até o porto de Paranaguá, no Paraná, seriam gastos quase US$130 por tonelada de grão.

Aliviar o gargalo do escoamento da produção no país envolveria mudar o perfil da matriz de transporte e reduzir o custo do transporte ferroviário – “que, no Brasil, custa o mesmo e chega às vezes a ser mais caro que o rodoviário”, segundo Silveira. Outra aposta para melhorar a infraestrutura está nos portos e vias navegáveis da região Norte, que estão mais próximos dos maiores mercados consumidores do grãos brasileiro, no Hemisfério Norte. Esse potencial, porém, ainda é pouco explorado, pois faltariam recursos para tocar projetos e obras que viabilizassem esse tipo de transporte, segundo Luiz Antônio Pagot, diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT).

Para Stephanes, o problema da infraestrutura de transporte deficiente passa, antes de tudo, por uma questão de mentalidade do país, pouco voltada para as necessidades do campo. “A mentalidade no Brasil é urbana, que prioriza o ‘trem-bala’ em detrimento do escoamento adequado da produção agrícola. As pessoas ainda acham que o frango nasce no supermercado”, disse o ex-ministro.
Fonte: Globo Rural

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