Mesmo com fim da paralisação dos caminhoneiros, empresas ainda sofrem para voltar à rotina
RIO, SÃO PAULO e BELO HORIZONTE - A retomada, após duas semanas de perdas em vendas e produção em consequência dos dez dias da greve dos caminhoneiros, começa com caixa reduzido, com falta de peças, engarrafamento de caminhões nas ruas para entregar os estoques, clientes pedindo mais prazo para pagamento e jornadas mais longas para recuperar o tempo e o dinheiro perdidos. Pequenos e médios empresários podem precisar recorrer a bancos para ter capital de giro, postergar pagamentos e até demitir. Em segmentos como varejo e serviços, as perdas são irrecuperáveis, dizem empresários.
— Deixamos de faturar R$ 2 milhões (na greve), ou 1% do nosso faturamento anual. Entre janeiro e abril, crescemos 20% ao mês. No mês passado, só 5%. Paralisamos linhas de produção, atrasamos entregas. Vai custar caro normalizar a distribuição de produtos. E temos clientes pedindo prorrogação do prazo para fazer pagamentos, mas, quando não faturamos na saída das mercadorias, criamos um buraco no nosso fluxo de caixa — afirma Tarcísio Bravo, diretor comercial da Limpanno, fabricante de produtos de limpeza.
No segmento de bares e restaurantes, o impacto, somente na cidade do Rio, já alcança R$ 30 milhões. Os efeitos na cadeia do setor, explica Fernando Blower, presidente do SindRio, ainda vão crescer:
— O movimento nesses 15 dias de greve caiu até 40%. As empresas do país e, principalmente, do Rio chegaram a esse momento já no limite da sustentabilidade financeira. E a retomada está acontecendo no início do mês, quando é feito o pagamento de pessoal. Como muita gente está sem caixa, pode ter de adiar pagamentos a fornecedores.
Leia a notícia na íntegra no site do jornal O Globo.