Mobilização dos caminhoneiros ganha espaço na Semana Arrozeira

Publicado em 28/05/2018 11:21
Discursos na abertura oficial do evento, em Alegrete, pediram união para o enfrentamento da crise e melhor estrutura para a cadeia do arroz

A 11ª Semana Arrozeira de Alegrete foi aberta oficialmente neste domingo, 27 de maio, no CTG Aconchego dos Caranchos, lembrando o grave momento em que vive o país com a mobilização realizada pelos caminhoneiros que reivindicam a baixa no preço do diesel. A presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan, afirmou em seu discurso, que o evento terá a marca da superação pelo momento em que o país está vivendo. A cerimônia contou com a presença de autoridades, parlamentares e lideranças do setor orizícola do município e do Estado. O tema central deste ano são os “Modelos econômicos e comerciais”.

Fátima agradeceu aos antigos e novos apoiadores da Semana Arrozeira e pediu que todos compareçam aos debates ao longo da programação para ajudar a analisar os mecanismos e as alternativas que minimizem a crise. "Precisamos construir juntos medidas que possam trazer soluções para termos uma cadeia melhor estruturada, contando também com os nossos representantes políticos", enfatizou, destacando que é necessário mostrar força, união e discutir o que tira a renda do produtor e fere a sua dignidade. “É necessário discutirmos alternativas e refletirmos sobre o futuro da nossa lavoura e do país", salientou.

A organização do evento abriu espaço para a fala do caminhoneiro Valtair dos Santos de Souza, de Santa Rosa (RS), que participa da mobilização da categoria. Agradeceu o apoio da comunidade de Alegrete. Disse que não adianta a categoria fazer uma paralisação por preços mais baixos do diesel e dos pedágios, se a população não estiver junto nas ruas. "Não dá mais para rodar pelas estradas do país pagando impostos e combustíveis caros. Nós transportamos o que é produzido no campo. Enquanto não tivermos respostas para as nossas reivindicações seguiremos firmes nesta mobilização", sinalizou.

Fátima colocou, ainda,  que o objetivo da Semana Arrozeira é motivar os participantes para que saiam do evento com o ânimo renovado e vislumbrem as oportunidades que surgem em momentos difíceis. Concluiu a sua fala agradecendo a todos que acreditaram na viabilidade da programação.

Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), também falou na abertura da Semana Arrozeira de Alegrete, afirmando que os últimos acontecimentos obrigam a todos a um pensar mais amplo do que o evento representa para o município. Disse que é preciso enfrentar as dificuldades com mais eficiência na gestão, tanto no âmbito municipal, quanto no estadual e federal. “Estamos diante de grandes desafios, como os aumentos das tarifas de energia elétrica e dos combustíveis, esses, pressionados pelo dólar, e esperamos que Brasília possa resolver essa equação da maneira menos dolorosa possível", enfatizou.
 
Segundo Dornelles, serão enfrentados dias muitos ruins até que se estabeleça a ordem. Também salientou que a plantação de arroz será questionada em função dos altos custos, por isso será preciso ter mais capacidade de planejamento, trabalho e reflexão para o próximo ano que deve ser extremamente desafiador. "Devemos pensar no que cada um pode contribuir. Nós temos sorte de ter conseguido terminar a colheita na região de Alegrete, mas em outras áreas ocorrem dificuldades, assim com em outros setores, como o de suínos e aves, que estão tendo prejuízos devido à toda essa conjuntura”, observou.

Também ocorreu durante a abertura oficial do evento o Lançamento do Núcleo das Mulheres Empreendedoras do Agronegócio que conta com 25 participantes. A coordenadora Luciane Veiga afirmou que o objetivo é promover o associativismo. Explicou que o núcleo se reúne periodicamente para discutir problemas comuns e buscar soluções conjuntas. Conta que já foram realizados cinco encontros e que está ocorrendo a primeira ação que é o curso Mulheres em Campo, dividido em cinco módulos.

De acordo com Luciane, as próximas atividades do Núcleo serão os cursos e oficinas de culinária à base de farinha de arroz como forma de estimular o empreendedorismo e diversificar o uso do cereal. “Nosso Núcleo tem sororidade que é a união e a aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comuns ligados ao agronegócio”, enfatizou.

A programação prossegue nesta segunda-feira, 28 de maio, com o tema o “Impacto Econômico da Agricultura nos Setores Não Agrícolas: agro é um negócio do Estado e não dos produtores”, a cargo do economista chefe da Farsul, Antônio da Luz. O evento organizado pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete vai até sexta-feira, 1º de junho.
 

Fonte: Ass. dos Arrozeiros de Alegrete

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